quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Sobre a virgindade (ou a falta dela)
José Luiz Macedo - meu amigo, estudante de Comunicação da PUC e gay.
Cada um com seu cada um, mas é poético, no mínimo.
sábado, 27 de dezembro de 2008
Por aquilo que cativas
Não era uma simples foto. Era uma montagem desenhada, designando os tipos de amigos que ela tem.
Eu fui marcada como "protetora". É. Amiga do tipo protetora.
Fiquei feliz com o reconhecimento. Nem todo mundo reconhece, nem muito menos agradece, por ter sido protegido. E pior: há quem condene os protetores. O mundo está (quase) perdido.
The Gilmore Girls
(a foto da postagem é de Junho do ano passado.)
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
“Ninguém sabe até onde vai sua resistência. Dizem que Deus dá o cobertor conforme o frio, mas ninguém sabe o quanto pode agüentar desse frio. Se morrer de frio está por um triz ou se ainda faltam uns dias, ou horas, ou anos; a verdade é que ninguém sabe porra nenhuma sobre coisa alguma. Este é o nosso mistério. E sorte”.
Fernanda Young
"Uma vida inventada" - Maitê Proença
"Apaixonei-me muitas vezes. Só sei viver um amor se antes passar pela cegueira da paixão. Não entregaria minha vida a outro de caso pensado, sou defendida e controladora demais. É da natureza dos abandonados. Qualquer menino de rua é metido a mandão, com a diferença de que este tem o seu discernimento endurecido pela cola de sapateiro, enquanto eu mantenho sempre os sentidos atentos para não permitir que ninguém venha assaltar minhas fragilidades. Ou seja, pelo intelecto a coisa não vai. Só mesmo a paixão, que é do reino da loucura, me põe entregue e besta, com as patas arriadas no chão. E eis a contradição outra vez: nada me descansa mais do que um amor insensato."
"Neste mundo não há saída: há os que assistem, entediados, ao tempo passar da janela, e há os afoitos, que agarram a vida pelos colarinhos. Carimbada de hematomas, reconheço, sou do segundo time."
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Fernanda Young ho,ho,ho.
Fernanda Young
Impressionante a capacidade que as pessoas têm de se meterem na vida alheia sem terem sido solicitadas.É proporcional à incapacidade de se colocarem no lugar ou na pele das outras.
Mas azar, porque quanto mais falam, mais me fecho e mais me distancio. E definitivamente, quem me perde de vista, perde bem mais que eu.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Dindinha (Elisa Lucinda)
Faço minhas as palavras da Tia Celyse.
"Por causa dela me criei transparente,
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Cada ser-humano é um estranho ímpar.
Então quando as pessoas precisam estar juntas? Num encontro completamente inevitável, talvez até não tão desejado e ansiado?As pessoas não podem estar juntas pelo simples prazer de estar?De sentar e jogar conversa fora? Várias vezes eu não precisei estar com a tia Cleyde e não estive. E não há, no momento, coisa da qual eu mais me arrependa.Simplesmente porque não dá pra mudar o que houve. O que me conforta é saber que estive sem precisar em outras ocasiões também, pelo mero desejo de estar. As pessoas não contam com as surpresas da vida, se dedicam muito pouco às outras e depois querem morrer de culpa.
Eu sou uma pessoa que, até por histórico de vida, tem uma tendência ao apego. Além da necessidade de dar às pessoas coisas que eu não tive, ainda que elas não precisem disso e as tenham de sobra.
É algo que precisa ser corrigido e eu sinceramente acho que está sendo. Tem a ver com independência emocional, saca? Que é uma coisa que eu não tenho por completo. Nem isso nem inteligência emocional. E a falta desses elementos faz do ser humano uma verdadeira bomba relógio. As coisas começam a desandar, a saúde degringola, é um auê. No meu caso, isso até nem deveria ser tão gritante, porque apesar de me apegar, eu também tenho uma capacidade enorme de me virar sozinha. Uma psicóloga de renome me disse isso: que eu tenho uma independência imensa no desenrolar das ações práticas, a ponto de auxiliar parentes e amigos, ir lá e fazer e quando a pessoa se dá conta e vem pra mim com o fubá, eu já estou voltando com bolo pronto com calda e tudo. O meu pai comentou na semana passada que me achava muito obstinada em certas situações, porque pedi a ele a dica de um livro sobre um tema que tem me interessado e quando falamos de novo, alguns dias depois, eu já tinha comprado e lido o livro. Acho que essa obstinação se faz presente verdadeiramente na minha vontade de ajudar os outros. Mas emocionalmente falando, eu não tenho esse expediente. E o que eu administro menos ainda é as pessoas não compreenderem isso e acharem que eu tenho que ser um poço de alegria, felicidade, independência, auto-suficiência, saúde, desapego. Gente, eu vivi 20 anos contando com a idéia de contar com as pessoas. De repente, quando me vi particularmente sozinha neste ano, foi um baque sem tamanho, do qual eu ainda não me recuperei. Tem gente que lida bem com isso, tem gente que não. Não dá pra medir. Eu não estava acostumada em ficar tanto tempo só, horas calada, com o telefone sem tocar por dias a não ser que alguém esteja precisando daquela independência prática ou de qualquer outra coisa que não seja saber se está tudo bem, como eu estou, se preciso de algo, essas coisas. Quando alguém liga única e exclusivamente para saber se está tudo bem comigo, eu fico até surpresa. É horrível dizer isso, mas em geral, eu não estou esperando. A nítida sensação que eu tenho é que, desde que fiquei doente e explanei isso, me tornei uma inválida que não serve pra quase nada e deve ficar no cantinho sem incomodar ninguém, a não ser que seja para executar alguma tarefa perdida e existente na minha lista de capacidades. E isso não é vitimização, drama, nem nada do tipo, embora eu tenha sido ou seja ainda excessivamente sensível. Dramática é uma palavra muito forte, porque nada em mim dói de brincadeira. Se eu tô dizendo que feriu, é provável até que eu esteja minimizando o quanto para não culpar o "culpado". Infelizmente é a minha atual realidade. Não acho que eu seja o último ser-humano da face da Terra, muita gente passa por isso, mas como disse Elis Regina naquele mesmo trecho que já citei mais de uma vez - "-As pessoas estão ressabiadas de dizer que GOSTAM das outras"-
E o mais cruel não é nem a capacidade das pessoas fazerem isso com as outras, mas a incapacidade de se colocarem no lugar daqueles que são criticados. Todo mundo me diz o que fazer e como agir, mas ninguém tenta se colocar no meu lugar por um segundo e tentar entender os motivos das minhas ações, a minha vida, o que me ocorre, os meus problemas (nem os reflexos das ações alheias, diga-se de passagem), e tantas outras coisas que são indiscriminadamente desprovidas de qualquer tipo de maldade, de qualquer tipo de intencionamento ou qualquer coisa que seja propositadamente negativa mesmo com quem talvez merecesse um justo sacode. E a ausência dessa maldade não faz de mim uma pessoa boa nem melhor que qualquer outra. Só faz de mim alguém que ainda pensa carinhosa e cautelosamente em qualquer pessoa que eu seja capaz de amar e perdoar, apesar de tudo.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
A Casa da (minha) Madrinha
Levei umas margaridinhas para a D. Dirce e dei beijinhos nela. Mas me partiu o coração ouví-la dizer "-Eu olho pra cama da Cleyde e não me conformo." Nem a gente, D. Dirce, tenha certeza.
Mas prometi a ela que um dia todos nos encontraremos numa grande farra no céu. Amém!
Trecho do "Evangelho Segundo o Espiritismo" - Allan Kardec
Mas há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitos dizem do adversário: “Eu o perdôo”, enquanto que, interiormente, experimentam um secreto prazer pelo mal que lhe acontece, dizendo-se a si mesmo que foi bem merecido. Quantos dizem: “Perdôo”, e acrescentam: “mas jamais me reconciliarei; não quero vê-lo pelo resto da vida”! É esse o perdão segundo o Evangelho? Não. O verdadeiro perdão, o perdão cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado. É o único que vos será levado em conta, pois Deus não se contenta com as aparências: sonda o fundo dos corações e os mais secretos pensamentos, e não se satisfaz com palavras e simples fingimentos. O esquecimento completo e absoluto das ofensas é próprio das grandes almas; o rancor é sempre um sinal de baixeza e de inferioridade. Não esqueçais que o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, muito mais que pelas palavras.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
domingo, 30 de novembro de 2008
Eterna saudade
Hoje pensei tanto na minha madrinha. Senti falta do abraço, de cantarolar em seu carro, do cheiro, das bobeiras ditas e ridas, do colo, da voz. Para esta última falta, ver vídeos me ajuda um pouco.
Nesta época do ano, sinto falta de uma coisa que pode parecer banal, mas que era motivo de diversão, como tudo, aliás e que eu ficava esperando o ano todo só para ir fazer COM ELA: Ir ao mercado comprar a ceia de Natal. E o mais legal é que nunca era combinado, sempre foi um "acidente" engraçado. Quando dávamos conta, estávamos dentro do Extra, nos dividindo: "-Vou pegar leite. Onde é a manteiga mesmo?Tá, pega o arroz e me encontra aqui." E ano passado ela me ensinou a fazer uma coisa super legal, que nunca tinha passado pela minha cabeça, mas ficou de herança: comprar um peru e um panetone para as pessoas que trabalham para mim e cuidam da minha avó, assim como ela fazia com as que cuidam da mãe dela, a fantástica Dona Dirce, sempre impecável, não importasse a hora em que eu aparecesse lá (unha feita, cabelo pintado, batom!). É uma atitude bacana, que não pesa tanto no bolso. E pode realmente tornar a noite dessas pessoas, muito mais feliz.
Sei que ela está comigo o tempo todo, sei perfeitamente. Mas queria ter tido um tempo para ela maior, em vida, só para me dedicar a ela e dizer o quanto a amarei pra sempre.Lembro sempre de uma citação da Elis Regina, num especial que tenho em DVD, em que ela fala da efemeridade do tempo, em algo mais ou menos "E aí você percebe que não há mais nada para ser feito, é tarde paca". Algo assim. Se as pessoas tivessem essa lucidez, de que a vida pode mudar de uma hora para outra, que a segurança que temos debaixo dos nossos olhos pode-se esvair sem que consigamos sequer acompanhar esse abandono, ah se as pessoas soubessem disso!Perdiam menos tempo com bobagens, com convicções vãs, com injustiças impensadas, com cabos-de-guerra que não levam ninguém a lugar nenhum. Somos nós versus o tempo curto, que também pode ser implacável. Mas certamente, se não bem aproveitado, é perdido.
Esse ano, muitos acontecimentos me engoliram e me fizeram omissa, em alguns momentos, da minha função "afilhada". E só Deus sabe como dói essa sensação, ainda que a tia Cleyde não concordasse e dissesse que isso era coisa da minha cabeça, quando a gente percebe isso num momento em que não dá para fazer mais nada que mude a realidade, neste plano.
Mas, enfim, ela sabe de tudo. Do tamanho do meu amor, da minha gratidão, da minha necessidade suprema dela em todos os momentos. Era uma mãe que eu queria muito,muito que estivesse comigo, fisicamente, neste momento tão complicado. Mas vez por outra, me sinto invadida de uma força que só pode vir dela.
E repito, chega essa época do ano, fica tão difícil. Pela primeira vez, nos últimos anos, irei ao mercado sozinha comprar suprimentos para uma data na qual nada tenho para comemorar. Todas as pessoas que eu mais queria comigo, estão longe de alguma forma. Por mais que estejam eternamente do lado de dentro e isso importe mais do que qualquer outra coisa.
sábado, 29 de novembro de 2008
Enchentes de Santa Catarina
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
A cada oportunidade que tenho, vejo que não importa o que eu faça, não importa se eu erro, não importam males nem estado de espírito, NADA abala a insistente tentativa dela, de que eu me aprume na vida e me torne alguém menos suscetível, menos boba, menos sensível, menos vulnerável, mais desencanada e mais próxima dela. Seja espiritual ou fisicamente.
Não importa se eu estou inteira ou despedaçada. Sempre tenho um aconchego ao estar perto dela. E eu sempre soube disso, no fundo. Mas a cada oportunidade, mais forte essa certeza fica. É irmã e amiga, na totalidade dos significados destas palavras.
Obrigada você, Camis!Por tudo, sempre!
Obrigada
Fernanda Young.
"Não fez nada que desmerecesse o amor (...) Mas amor não é questão de merecimento. Só algumas pessoas muito avançadas emocionalmente conseguem compreender que é civilizado amar aqueles que merecem. "
"Não se soma à alma aquilo que não é capaz de entrar dentro dela. E alma só se preenche com silêncio, algum poema, um conselho que, de bom, foi esquecido, beijo de mãe quando se dorme, uma reza sincera ao anjo da guarda, um amor que é eterno e raro de se achar."
"All you need is love, eu tenho tatuado! O amor é fundamental. O amor é o principio, é o êxtase, é a eliminação do ego, é quando você enxerga o outro não como um jogador. É quando você começa a olhar junto pras mesmas coisas, com a mesma delicadeza, e as coisas ficam tão melhores com o amor. O amor é fundamental. O amor é a primeira coisa. É o começo do resto. "
Parei de tomar "aditivos" para atraí-lo, porque o resultado é um descanso cansado.
Resolvi tentar encontrar a paz em algum outro lugar, mas ainda não consigo.
O saldo do ano é muito negativo. Foi um ano muito difícil, sob todas as esferas, apesar de terem havido excelentes momentos nas entresafras.
Foi um ano em que tudo, de alguma forma, degringolou. Saúde, afetos, sensações.
Ainda me recupero de alguns baques e realmente só o tempo pode agir.
Me dói pensar que algumas das pessoas que eu mais amo não estão perto de mim. E digo "não estar perto" num sentido profundamente abrangente. Sejam pessoas que não moram aqui ou sejam pessoas que por alguma razão que não me cabe julgar se justa ou injusta, embora eu tenha a minha opinião a respeito, não estão perto, apesar de poucos metros nos separarem.
E estar perto é também um conceito muito amplo. Pode-se estar do lado e nunca estar. Pode-se ter estado e nunca reconhecerem. Pode-se estar e não se fazer notar...e por aí vai. A probabilidade das combinações é infinita.
Mas fato é que hoje, admito, estou triste. Eu nunca neguei a mão a ninguém. E sempre procurei ser totalmente sincera nas minhas relações. De todas as vezes que contribui com alguma coisa, foi absolutamente de coração. Nunca fiz nada por demagogia, até porque eu nunca precisei disso e tive imensas oportunidades de me utilizar deste subterfúgio e sempre o achei pequeno, ridículo, desprezível. E nunca cobrei nada, ainda que eu estivesse com toda a razão e do alto do meu direito. Nunca devolvi nenhuma ofensa, sob a idéia de não estar aplicando com alguma pessoa, aquilo que julguei errado ter feito comigo. E porque, também, sempre tive um estoque infinito de perdão a ser distribuído. Nada me agredia por mais de 10 minutos. Na verdade não me agride ainda. O suco que fica do problema é , na verdade, uma tristeza maior do que uma simples ofensa.
Mas, reconheçamos, é triste você precisar de ajuda, excepcionalmente mais do que o normal e de repente você vê que quase não tem a quem recorrer. E não é por uma questão de orgulho e pensar que com fulano de tal você não quer nem ter que contar. É por uma questão real de "-Caraca, pra quem eu posso ligar, se grande parte da minha família não mora aqui, minha irmã viajou, alguns amigos me largaram de mão solene e, ao que tudo indica, gratuitamente, outros estão ocupados, minha madrinha morreu...caraca, o que fazer?"
Pois hoje, eu precisei de ajuda. E por alguns momentos, eu não sabia o que fazer nem por onde começar. Passou um filme na minha cabeça e pensei por um segundo que, se eu sempre fui uma pessoa extremamente solícita e prestativa, desprendida e tudo o mais, que de repente, o melhor a fazer era contar comigo mesma. Eu seria uma grande companhia pra mim mesma. Mas eis que subitamente, uma grande amiga me bipa, se dispondo a me levar a um médico que estou precisando visitar. "-Não quer ir hoje?Estou de bobeira. Te acompanho. Você tem que ver isso assim, assado..."
A Beatrice foi um anjo hoje. Eu sabia, lógico, que podia contar com ela. A 1ª vez que nos falamos, disse que eu não iria ao médico porque eu estava com muitas dores e queria ficar deitada.
Por pressão paterna, resolvi procurar ajuda médica. Bipei-a, ela que estava desemcumbida da função "amiga" por hoje, já que não me sentia suficientemente bem para ir até Copacabana (onde fica o consultório ao qual ela pretendia me levar), prontamente atendeu ao meu chamado: "-Vai comigo no Quinta D´or?Não tô mais agüentando!".
E ouvi um "-Mas é lógico. Estou indo pra aí."
E como diz aquela música, é sempre bom a gente se dar conta de que não está sozinho, "por mais que pense estar". Quantos aos outros, Deus se encarrega e cuida para que a distância imposta seja ou se reduza à algo meramente geográfico.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Menina da Lua (Maria Rita)
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Drummond
À sombra do mundo errado, murmuraste um protesto tímido
Mas virão outros"
terça-feira, 25 de novembro de 2008
A casa da minha tia.
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Para acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Vilarejo (Marisa Monte)
I´m home!!!
Com direito à tacos mexicanos e torta de banana assada (porque na atual conjuntura, há que se pegar mais leve)na recepção, deleito-me e deito-me para me livrar do cansaço de 06 claustrofóbicas horas socadas num busão.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Desiderata
Mantém boas relações com todas as pessoas, a qualquer preço, menos o da tua abdicação.
Fala a verdade com clareza; e escuta os outros, mesmos os enfadonhos e os ignorantes, pois eles também tem a sua história.
Se te comparas com os outros, podes tornar-te vaidoso ou amargo; porque encontrarás sempre pessoas de mais ou menos importância do que tu.
Deleita-te com tuas realizações bem como com os teus planos.
Conserva-te interessado com tua própria carreira, por mais humilde que ela seja; é um bem real em meio às fortunas transitórias do tempo.
Sê cauteloso em teus negócios; porque o mundo está cheio de trapaças.
Mas não permita que isso te faça cego às virtudes; muitas pessoas lutam em prol de altos ideais; e por toda parte a vida está plena de heroísmo.
Sê tu mesmo.
Especialmente, não finjas afeições.
Nem sejas cínico no amor; porque apesar de toda aridez e desencanto, ele é perene como a relva.
Aceita com indulgência o conselho da idade, renunciando com graça as coisas da mocidade.
Alimenta a fortidão do espírito para que ela te sirva de escudo contra uma súbita desventura.
Não te angusties porém, ante coisas imaginárias.
Muitos medos nascem da fadiga e da solidão.
A parte uma saudável disciplina, sê bondoso contigo mesmo.
És um filho do universo, não menos que as árvores e as estrelas; tens o direito de estar aqui.
E quer compreendas isso quer não, o universo vai se expandindo como deve.
Vive portanto em paz com Deus, seja qual for a idéia que d’Ele tenhas, e, sejam quais forem teus labores e aspirações na ruidosa confusão da vida, procura ficar em paz com tua alma.
Com todas as suas imposturas, lidas servis e sonhos desfeitos, este ainda é um belo mundo.
Sê cauteloso.
Esforça-te por ser feliz.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Dois meses
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Memória de um silêncio eloqüente (Elisa Lucinda)
sempre tive um infinito
estoque de perdão.
Só para ti
perdoei mais que suportava,
mais do que pude.
Minha cerca-limite era sem estatuto,
não tinha um não delimitando nada.
Fui perdoando assim de manada
e muitos erros desfilaram me ferindo,
nos interferindo silenciosos,
sem ninguém denunciar
Perdoa a dor que te causei,
é que você estava há tempos me machucando
e eu não gritei."
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Bata três ovos (Elisa Lucinda)
tantas vezes penso em você
nas conversas de entremeio
nas casinhas de abelha
intermináveis e interrompidas
que fazemos
nas sianinhas que pregamos no nosso imenso vestido continuável
Penso nas coisas que você me ensinou
nos meus palpites
penso nas coisas que eu não pude te ensinar(...)
Minha branca de leve
tantas vezes converso contigo em soluço íntimo
cd que toca na música ambiente de minha alma
sua alegria
sua angústia
suas lágrimas
e o meu não poder te ter nos braços àquela hora
Amora branca de minha árvore preferida
a saudade de ti me avisa que nunca quer ser saciada(...)
promessas de bicicletadas
coisas íntimas ditas na calçada
minha amiga
minha amada"
terça-feira, 28 de outubro de 2008
"Dindinha" (Elisa Lucinda)
Silvana Martins - Militante do Movimento, referindo-se a mim, como herança dessa grande mulher.Quem me dera.Quem me dera ser 10% do que ela era...definitivamente, quando crescer quero ser igual a ela!
(...)
sábado, 25 de outubro de 2008
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
terça-feira, 21 de outubro de 2008
"Sem você sou pá furada"
O meu desejo com relação ao Movimento é poder honrar o nome e a memória dela.
Eu não sei se ela notou, enquanto ajudava a fazer com que eu me edificasse como pessoa, enquanto me guiava nos últimos dois anos; que o que eu mais queria era ser como ela.
Obrigada, dinda!Vamos estar juntas logo logo e poderemos fazer a festa que fazíamos quando nos encontrávamos neste plano.
Te amo para sempre.E muito.E vou morrer dizendo isso, repetindo e repetindo que a sua ausência me insulta, me revolta, me entristece e me faz desacreditar na segurança. Viver esse contexto todo que me mata um pouco a cada dia me faz cometer a blasfêmia de achar que Deus está de sacanagem com a minha cara. Primeiro a gente pensa que Deus sabe o que faz. O segundo estágio é questionar se Ele existe.
Pode ser egoísmo meu e que eu seja então egoísta por um momento, mas pelo amor de Deus, como Ele me larga aqui sem você e além disso, como se já não fosse pouco, prepara tudo que preparou para mim depois da tua ida?Eu não estou suportando, não estou e vou me dar esse direito: o de não agüentar mais ser tão massacrada pela vida.Eu só queria poder correr pro seu colo.Será que é pedir muito?
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Para declarar minha saudade
E a madrugada vem trazer meu novo amor.
E desanda a falar
Conversa sobre música, praia, comida
Se eu tenho alergia a alguma bebida
Se eu sugiro alguma balada
Se por acaso eu estou muito ocupada
Ou se tenho medo de mar
Conversa sobre trabalho, livros, faculdade
E para falar a verdade
Quase nem respira
Aproveito uma pausa em que ele suspira
E peço que me responda por favor
"-Por acaso você está com saudade?"
"-Sim, confesso, eu estou!"
(Paula Rego - 20/10/2008)
domingo, 19 de outubro de 2008
sábado, 18 de outubro de 2008
Adriana Falcão
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Muito é quando os dedos da mão não são suficientes.
Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro da sua cabeça.
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Agonia é quando o maestro de você se perde completamente.
Preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Renúncia é um não que não queria ser ele.
Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe.
Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente.
Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
Orgulho é uma guarita entre você e o da frente.
Ansiedade é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada especialmente.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é fevereiro.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.
Perdão é quando o Natal acontece em maio, por exemplo.
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Emoção é um tango que ainda não foi feito.
Ainda é quando a vontade está no meio do caminho.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não. Amor é um exagero...Também não. É um desaforo... Uma batelada? Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
"Só que este ano, o verão acabou...cedo demais"
Sobre todas as coisas
Não vê que isso é pecado?Desprezar quem lhe quer bem?
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém abandonado
Pelo amor de Deus"
Legião Urbana
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
Para ser honesto, só um pouquinho infeliz"
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Denise, minha irmã mais velha.
Poema do dia errado (Paula Rego)
Inconcebível, doído e estranho é o momento.Nunca me passou pela cabeça acontecer algo tão sério, tão grave em minha vida e não ter o ombro dela para chorar, o colo dela para correr. Na verdade eu achava que ela era imortal e que nunca, na vida, ela fosse morrer.
A página de hoje não pode virar na folhinha
Não é o momento
Não é a hora
Não há de ser agora
Num lugar seguro, escondam a minha madrinha
E se por acaso Deus não desistir
De fazer com que o amanhã nasça
Por favor, alguém me avise
Que eu irei pessoalmente intervir
Argumentar, espernear, pedir
Para que não aconteça esse deslize
E que pelo menos uma vez na vida
A vontade Dele não se faça
Se ainda sim o dia nascer
Se ninguém conseguir evitar
Só não deixem-na chorar
Isso caberá somente a nós
Se de fato Ele calar
Aquela que era a nossa voz
E no dia que não podia ter sido verdade
Alguém quebre as tevês
E toque fogo em todos os jornais
Expliquem-nos os por quês
Dela não ter ficado mais
E de terem emudecido de uma vez
Sim, cortar o cabelo é um ato de coragem
À la Maria Rita nos tempos em que surgiu. Anelado, acima da nuca, com uma franja retrô que combinará bastante com meus novos óculos.
Sei lá se todo mundo vai gostar, mas eu gostei...Na verdade uma única opinião me interessa verdadeiramente e apesar de ser o cabelo a moldura do rosto, não temo a reprovação e acho ainda que, neste caso específico, os meus outros atributos interessam mais do que um palmo a mais de cabelo na nuca.
O corte faz parte da idéia de me despir do que sou hoje. Deixei centímetros de mim num salão de beleza. E contrariando Sansão, que perdeu as forças, eu acho que estou começando a recuperar as minhas.
Shakespeare
Muito rápido para os que tem medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Três pensamentos.
"Se formos capazes de ver as pessoas como Deus as vê, seremos sempre capazes de permitir que elas retornem, peçam perdão, recomecem e possam ficar novamente perto de você..."
"As pessoas podem melhorar? Sim, podem e é importantíssimo que você permita que elas retornem para você sempre que necessário."
domingo, 12 de outubro de 2008
No Dia das Crianças...
Ela está viajando e a saudade que eu sinto é tanta que meu olho mareja só de pensar nela.
Luísa (Chico Buarque)
"Por ela é que eu faço bonito
Por ela é que eu faço o palhaço
Por ela é que saio do tom
E me esqueço no tempo e no espaço
Quase levito
Faço sonhos de crepon
E quando ela está nos meus braços
As tristezas parecem banais
O meu coração aos pedaços
Se remenda prum número a mais
Por ela é que o show continua
Eu faço careta e trapaça
É pra ela que faço cartaz
É por ela que espanto de casa
As sombras da rua
Faço a lua
Faço a brisa
Pra Luisa dormir em paz "
Luísa (Paula Rego)
Poema-presente no primeiro mês de vida da minha afilhada.
Ela é tudo e mais um pouco
Ela é linda e tudo o mais
Ela é a paz
Alegria suprema do momento
Melhor acontecimento
Esperança que se refaz
Veio numa manhã de terça-feira
Plena de luz, de sol e de cor
Trazendo fé, renovo e brincadeira
Trazendo força, leveza e amor
Leve, linda e toda faceira
Cheirando a leite, talquinho e flor
No dia de tua chegada
O mundo girava diferente
Havia borboletas em revoada
Havia brilho em toda gente
Nascia a criança mais esperada
E o céu mandava seu melhor presente
Chegou suave como brisa
E doce como um querubim
Foi no dia em que nasceu Luísa
Que Deus apareceu pra mim
Fernanda Young no dia das crianças.
sábado, 11 de outubro de 2008
Benção, dinda. De onde quer que vc esteja. Ficar sem você dói mais e mais a cada dia, chegando a beirar o insuportável. É muito egoísmo a gente esperar que determinadas pessoas sejam imortais, sobretudo pessoas que tiveram a vida tão reta, lutaram tanto e cumpriram uma missão louvável e altruísta. Mas a falta que você está me fazendo nesse momento tão complexo transcende o meu entendimento e a minha capacidade de superação. Queria fazer um minuto de silêncio pela tua ida e por tudo que você representou para mim.Mas um minuto apenas é muito pouco.Era preciso que eu não falasse mais nada pro resto da vida.
Mário Quintana
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Carta-despedida
"De repente fez-se o nada
E desfez-se o futuro que era certo
A vida ficou em suspenso
E diante de mim há um deserto
Em meio a tudo isso
Sei que é longa a caminhada
Só descanso quando penso
Que a minha madrinha virou fada"
Paula Rego (24/09/2007)
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Abandono : É quando uma jangada parte e você fica.
"A saudade é o revés de um parto"
"Minha linda, minha linda, minha linda!Também te amo e estou com muitas saudades!Bjs da dinda" - dizia ela para mim, num dos últimos scraps.
"Essa mensagem é para responder sua mensagem no meu celular, ok?Estava tentando encontrar algo à altura! Também te amo!
Não suma nunca da minha vida!Bjs da titia, mãe adotiva, madrinha e etc...
Cleyde" - dizia ela para mim, num e-mail, há exatamente um ano atrás.
Tenho razão de sentir saudade,tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouqueceu nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si,o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
De nossa convivência em falas camaradas,simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre a certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste.
Carlos Drummond de Andrade
Não eram 19h quando acidentalmente li na internet sobre a morte de Cleyde Prado Maia.
Para mim, ela não era simplesmente a Cleyde Prado Maia, principal militante do Movimento Gabriela Sou da Paz, maior exemplo de superação, de luta contra a violência em meio à dor que havia sentido na perda de sua única filha.Ela era minha madrinha eleita, minha tia querida, minha amiga,minha mãe adotiva, uma grande referência e uma companhia divertida para praia, shopping e para a vida.
Eu estava me preparando para ir trabalhar, quando li e não quis acreditar.Só acreditei quando liguei no celular dela e quem atendeu, uma militante do nosso Movimento, me falou.Tecnicamente ela não estava morta, posto que estava ligada a aparelhos, mas médicos diziam ser o estado irreversível.
Tive todo o apoio dos meus compadres-irmãos e segui para o teatro para não enlouquecer.Queria ter ido ao hospital na mesma noite, mas acabei indo no dia seguinte.Ali foi o pior de tudo.Não foi o susto, a espera, a notícia...foi vê-la ali, daquele jeito, naquele CTI, cheia de tubos por todos os lados, com mil respiradores e máquinas mantendo-a viva, apesar da morte cerebral, para que a doação de órgãos fosse realizada.Apesar de eu ter absoluta certeza do que tinha acontecido, ou melhor, absoluta a gente nunca tem, porque a gente não quer; mas apesar de saber que ela não voltaria daquele estado, eu não sabia o que fazia: se pegava e carregava de volta para casa, se eu sacudia até ela acordar e acabar assim com aquela brincadeira de mau-gosto, se eu a enchia de beijos e dizia tudo que precisava...para mim, parecia muito que ela ia acordar a qualquer momento, perguntando onde tava o óleo Sève dela, porque estava um sol de lascar, bem como ela gostava e a gente ainda ia pegar uma praia...Mas não, nessa hora eu entendi com clareza o verso de Milton Nascimento que diz: "A hora do encontro é também despedida".
Essa foi a minha despedida.Optei por não ir ao velório, porque não queria guardar na mente a imagem dela inerte.Chorei tudo que queria naquele momento, enchi-a de beijos e fiz cafuné na cabeça dela, bem como ela gostava, bem como eu fazia quando voltávamos de confraternizações fora do Estado, em vans alugadas, e ela vinha deitada em meu colo.Certa vez chegou a dormir mesmo e eu vim segurando-a em cada curva, para que não caísse.Eu achava que ela era imortal.A minha primeira reação ao me deparar com ela no CTI foi dizer: "-Dinda, fala comigo pelo amor de Deus.Eu estou aqui!!".
E nessa hora passa um filme na cabeça da gente.A vida é muito, muito efêmera.Nos falamos na terça feira, ela estava bem, feliz, tinha recebido uma medalha na sexta feira, a maior honraria concedida pela Alerj - a Medalha Tiradentes. Por motivos de força maior (leia-se saúde), não pude ir na entrega.Ficamos de nos ver essa semana, para que eu entregasse seu presente.Na madrugada de terça para quarta, minha afilhada passou muito mal e assim foi até quinta.Nesse meio tempo, em meio à agitação e aos cuidados com ela, me questionava se eu estava sendo realmente uma boa dinda, tão boa quanto a que eu tinha, ainda que eleita .E eu ia ligar pra tia Cleyde e dizer isso a ela - que eu havia lembrado dela porque estava tentando ser tão boa para a Luísa quanto ela sempre foi pra mim.Não deu tempo.
Estávamos adorando o fato de eu estar com rádio, para nos falarmos de graça.Ela sempre se preocupou comigo e sempre dedicou à mim um tratamento rico em carinho e cuidado.Me passou valores, preocupações, precauções importantes que devemos levar pra vida.Era capaz de passar uma hora e meia me dando bronca pelo telefone, de madrugada, se eu fizesse alguma coisa "desaprovável". No dia que eu queria fugir de uma prova de concurso público, ela fez questão de me explicar mil vezes o quanto era importante realizar a prova, nem que fosse pela experiência e me deixou na faculdade, me patrulhou para saber se eu a faria...ficou no pé que nem mãe.A minha irmã também ia fazer e não fez.E Tia Cleyde me dizia: "-Na sua irmã eu não posso mandar, mas sobre você eu tenho poder!"
Vou ter saudades pra sempre...de ir à praia, de ir aos programas do Movimento, de acompanhá-la em alguns eventos, de ir ao shopping, de ser proibida de tomar sorvete, de ligar para absolutamente nada.De passar os dias ajudando nas coisas do Movimento.Lembro-me que nas férias de verão do ano passado, essa era minha maior diversão: eu acordava e ia pra lá fazer o bem, ajudar com as coisas, organizar algumas coisas.
Saudades também de mandar flores no dia das mães e receber o telefonema de uma dinda emocionada. No ano passado, fiz um cartão super bonito, dizendo que quando Deus tirou a minha mãe, o fez seguro e tranqüilo de que eu estaria em boas mãos sempre, porque Ele me enviaria mulheres maravilhosas que, apesar de não a substituírem, iriam fazer por mim sempre o melhor.Era algo nesse sentido.Claro, ela era uma dessas mulheres.Falei mais no cartão, não me lembro ao certo tudo, mas foi caprichado.Ela me ligou chorando no meio da tarde.
Nessa hora eu vejo e valorizo o tratamento que eu dou às pessoas e por conseguinte me é retribuído.Eu faço a mais absoluta questão de dizer sempre o quanto eu amo as pessoas, o quanto elas me são importantes e fundamentais, do quão incompleta eu seria sem elas.Não é uma questão de negativismo, mas a gente não sabe se irá vê-las novamente.A gente espera que sim, mas a vida nos apunhala quando a gente menos imagina.E caímos no erro de ser menos atenciosos em alguns momentos, até pelas atribulações da vida, acabamos sendo um pouco omissos com a família, com os amigos.Isso acontece e não é por maldade.Mas hoje mais do que nunca estou vendo a importância de deixar quem amamos com palavras amorosas.Graças a Deus pude dizer a ela o quanto amava, um pouco antes dela ir embora.
A dor é imensurável.E não passará.Sinceramente, parece que o chão se abriu diante de mim.Pode aliviar, pode parar de latejar um segundo ou outro, a vida segue, mas está sempre aqui.Estou, sem exageros, me sentindo orfã de novo. Digo sem exageros, porque essa afirmação pode soar exacerbada, mas só eu sei o tamanho da ferida. Ela mesma dizia, quando perguntada sobre saudade: "-Só piora!"
Mas saber que ela está indo ao encontro da Gabriela me conforta.Ela fará muita falta a todos que aqui ficaram, mas ela está junto da pessoa que mais fez falta para ela nos últimos cinco anos.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Shakespeare
"Se na ofensa houve excesso, que não haja na submissão"
"Ninguém pode calcular a potência venenosa de uma palavra má num peito amante"
"O reconhecimento, para as almas generosas, é nobre recompensa"
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Fernanda Young
"Pois, na verdade, ela sofria de insuficiência afetiva. Qualquer atenção, mesmo que de início tratada com desconfiança, acabava sendo digerida como carinho. "
"As pessoas sofrem a vida inteira e se adaptam a isso; não se pode chegar de repente e tirar aquela certeza das mãos delas, é tudo o que elas têm. Nunca desmereça os problemas alheios - o sofrimento é, para muitos, um prêmio que comprova essa única grandeza: ser um sobrevivente. E já basta."
"Não seria fácil, ela sabia. É como ter que buscar o ovo no cu da galinha para fazer uma omelete, precisava meter a mão lá na cloaca para alcançar o resultado. Já que não é fácil reverter uma vida inteira, mudar cada minúcia, desfazer tudo o que havia feito em todos os anos. "
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Merci, Dercy!
Sem você (Cláudia Leitte)
Pra onde ir, o que fazer, como eu vou viver?
Eu gosto de ficar só
Mas gosto mais de você
Eu gosto da luz do sol
Mas chove tanto agora
Sem você
Chove sem você
Sem você
Chove sem você
Às vezes acredito em mim mas às vezes não
Às vezes tiro o meu destino da minha mão
Talvez eu corte o cabelo
Talvez eu fique feliz
Talvez eu perca a cabeça
Talvez esqueça e cresça
Sem você
Chove sem você
Sem você
Chove sem você
Talvez precise de um colchão talvez baste o chão
Talvez no vigésimo andar, talvez no porão
Talvez eu mate o que fui
Talvez imite o que sou
Talvez eu tema o que vem
Talvez te ame ainda
Sem você
Chove sem você
Sem você
Chove sem você
Maybe your heart
Maybe i hold on
I get to travel
Yellow summer
My super rain
I get to travel my road
Summer about everyday
I like you you like me
I love you you love me
I touch you you touch me
I'm missing you my lover
Busy man
Like a busy man
Busy man
Like a busy man
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Tá tudo bem -Pedro Mariano
Me livrar da minha dor
Exorcizar
E lembrar que vale a pena
Rir de tudo, me benzer, escapar
Sem razao, sem pensar
Só viver sem ter hora pra chegar
Caminhar ao sol
Encontrar alguém
Me deixar levar
Se o meu dia for assim
tá tudo bem!!!
Enganei minha saudade
Com história que só eu sei inventar
Fantasiei a realidade
Não me importa onde isso tudo vai dar...
Sem razão, sem pensar
Só viver sem ter hora pra chegar
Caminhar ao sol
Encontrar alguém
E deixar levar
Se o meu dia for assim
Tá tudo bem!!!!!!!!!!!!!!!!!
O último romance - Los Hermanos
mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer
antes um mês e eu já não sei
E até quem me vê lendo o jornal
na fila do pão sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequeno
Ah vai!Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
afim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola
Eu encontrei-a e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pr'eu não me preocupar
ter fé e ver coragem no amor
E só de te ver eu penso em trocar a minha TV num jeito de te levar a qualquer lugar que você queira e ir onde o vento for, que pra nós dois sair de casa já é se aventurar
Ah vai, me diz o que é o sossego
que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
"O Cirquinho de Luísa" volta à cena!!
Se aguardam fileirinhas de carrinhos e muitos sorrisos!
"É uma alegria muito grande conseguir reunir um grupo lindo de nenenzinhos animados e pais divertidos. Após cada apresentação recebemos no nosso e-mail, fotos maravilhosas tiradas no nosso cenário e mensagens muito carinhosas agradecendo aquele momento mágico que proporcionámos ao bebê e à família. Por esses motivos re-estreamos mais uma vez no Teatro Cândido Mendes que tão bem acolhe esta nossa iniciativa." Liliana Rosa
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
"RECEBE MENOS QUEM MAIS TEM PRA DAR"