sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

"Uma vida inventada" - Maitê Proença

Dois trechos - nos quais eu me identifiquei - do livro que estou lendo.

"Apaixonei-me muitas vezes. Só sei viver um amor se antes passar pela cegueira da paixão. Não entregaria minha vida a outro de caso pensado, sou defendida e controladora demais. É da natureza dos abandonados. Qualquer menino de rua é metido a mandão, com a diferença de que este tem o seu discernimento endurecido pela cola de sapateiro, enquanto eu mantenho sempre os sentidos atentos para não permitir que ninguém venha assaltar minhas fragilidades. Ou seja, pelo intelecto a coisa não vai. Só mesmo a paixão, que é do reino da loucura, me põe entregue e besta, com as patas arriadas no chão. E eis a contradição outra vez: nada me descansa mais do que um amor insensato."

"Neste mundo não há saída: há os que assistem, entediados, ao tempo passar da janela, e há os afoitos, que agarram a vida pelos colarinhos. Carimbada de hematomas, reconheço, sou do segundo time."

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"RECEBE MENOS QUEM MAIS TEM PRA DAR"