sábado, 18 de outubro de 2008

"Só que este ano, o verão acabou...cedo demais"




Eu sempre falo dela e eu sempre tenho o que falar. Mas perdê-la é uma dor quase insuperável.




Achei que eu precisava escrever uma carta e escrevi, achei que precisava fazer um poema e fiz, não sei mais o que fazer para me despedir dela. É tão surreal tudo isso, tão difícil de acreditar, tão cruel. E agora com essa história trágica da morte da menina seqüestrada em Santo André, cujo drama foi exibido pela televisão, e cujo desfecho foi aguardado pelos brasileiros; de uma certa forma, me remete ao que vivi há pouco mais de um mês atrás: monitoramento, exames sendo realizados para ver se haveria atividade cerebral, expectativa, diagnóstico, doação de órgãos. Isso é muito complicado de se administrar. Tenho uma brutal pena de todos os que estão diretamente ligados à essa menina, sobretudo a amiga dela. Não é nem digno perder alguém dessa forma, é punk demais.
É um exercício diário, o de conviver com a ausência presente dela, com o silêncio ensurdecedor do meu telefone, do meu msn, e nesse momento em especial, em que vivo uma situação contrária à toda a minha convicção e concepção de eternidade, não tê-la por ombro e colo é infinitamente mais complexo. E isso é tão cruel, tão injusto. O momento é tão tumultuado...perder referências é tão difícil. O mundo virou um deserto. Mas eu dei o meu melhor, sempre. Ou, ao menos, tentei honestamente. Não é possível que nem Deus enxergue isso.
Dizem que Ele não dá um fardo maior do que o que podemos carregar. De vez em quando eu tenho lá as minhas dúvidas.

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"RECEBE MENOS QUEM MAIS TEM PRA DAR"