quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Dindinha (Elisa Lucinda)


“Enquanto essa pomba voar, sem rumo, num vazio gigantesco deixado pela ausência de minha querida irmã Cleyde, assim estarei eu...” (Celyse Prado Maia)
Faço minhas as palavras da Tia Celyse.


Hoje é Natal e não recebi aquele telefonema certo e pontual, não saímos juntas às compras nem aproveitamos na praia o dia de sol que fez. Viver sem você é um exercício diário de paciência, para que a revolta não tome conta de mim. Viver sem o seu colo, seu afeto, seu amor, seu sorriso, suas broncas, seu carinho, seu senso de justiça e de defesa, beira o insuportável. Você me deixou num momento muito difícil e logo a seguir, precisei de você como nunca, me senti órfã como nunca, porque aos 21 anos, eu sabia exatamente o que significava a sua morte.

A ÚNICA coisa que me conforta é saber que está bem e VIVA, embora não possamos te ver.


"Por causa dela me criei transparente,

corri risco, briguei com grandes e defendi inocentes

Agitei bastante , por ela,

as porções de ingredientes do conhecimento antes de usar.

Por ela e em sua confiança, me lancei na estrada nebulosa

e definida do sonho;estrada que só a esperança constrói

com inquebráveis invisíveis estruturas

E fui de costas, de quatro, de peito e de frente para o tal sonho(...)

Agarrada firme à sua mão(...)

Com ela desfrutei de bonanças,compreendi e aceitei temporais

Com ela dei música à minha voz,fôlego aos meus princípios,início aos meus finais.

Mas foi exatamente ela que me ensinou a seguir,enrolada como meus cabelos,resoluta como o vento,

límpida como a estrada em que eu via e vejo,clara como as palavras que digo e escrevo,

frágil e forte como meus desejos.

Pois, de joelhos estou por ela,voando estou com ela,grata que sou a ela.(...)"

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"RECEBE MENOS QUEM MAIS TEM PRA DAR"