"Convivo com uma presença que não me deixa esquecer a falta.E ainda assim me sinto uma menina(...)
Durante a minha vida, este parece ter sido o grande desafio: aprender a lidar com o tempo, entender que não sou dona dele.Algumas coisas aconteceram tão tarde, outras tão cedo. Ou muito de tudo ao mesmo tempo."
"Pela 1ª vez, eu estava distraída. Naqueles último meses, me despedia sem a sensação de que aquela poderia ser a última vez. Talvez por isso eu não tenha dito o quanto a amava. Está certo, ela sabia. Mas queria ter dito mais uma vez."
"Ontem tomei vinho com grandes amigas e chorei que nem você, filho. Mas não era fome, nem sono, nem manha, nem birra. A morte deixa uma dor que não tem cura." .
"Não pensei que pudesse ficar ainda mais órfã.Mas, quando a gente perde alguém, não falta um pedaço. Esse alguém passa a fazer parte da gente. Pensando bem, filho, hoje sou muitas pessoas." .
"No auge da dor, cheguei a escrever: "A morte me persegue covardemente, sem coragem de me matar" (...) .
Entendi que as pessoas morrem, filho. À medida que o tempo passa, isso é cada vez mais cedo.As pessoas morrem e é preciso fazer algo grande. Algo que, de tão delicado, cresça. É preciso fazer valer (...).
Não tenha medo da morte, filho. Ela é simples. Você olha para um corpo inerte que era de alguém que você amava muito. E então compreende. Não é mais quem você amava. Não é mais porque não está mais. Parece assustador e ainda por muito tempo você não se acostuma.".
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