(Paula Rego)
Em 16 de Outubro de 2008.
Parem a contagem do tempo
A página de hoje não pode virar na folhinha
Não é o momento
Não é a hora
Não há de ser agora
Num lugar seguro, escondam a minha madrinha
E se por acaso Deus não desistir
De fazer com que o amanhã nasça
Por favor, alguém me avise
Que eu irei pessoalmente intervir
Argumentar, espernear, pedir
Para que não aconteça esse deslize
E que pelo menos uma vez na vida
A vontade Dele não se faça
Se ainda sim o dia nascer
Se ninguém conseguir evitar
Se nem o desespero conseguir comover
Que ela possa, sem dor, encontrar
Aquela que nunca a deixou desistir de viver
Alguém quebre todas as tevês
E toque fogo em todos os jornais
No dia que não podia ter sido verdade
Expliquem-nos os por quêsDela não ter ficado mais
E de terem emudecido de uma vez
Essa nação, esse país, essa cidade
Em cada peito cala fundo
O fim da incansável caminhada
Choro eu e todo mundo
Porque a grande madrinha virou fada.
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