sexta-feira, 25 de abril de 2008

Ressuscitando textos antigos (IV)

Rapaz de fino trato...
(Paula Rego)

Rapaz de fino trato
Procurou moça que fosse honesta
Achou ser uma o maior barato
E pensou então que tudo viraria festa

Qual não foi a surpresa
Ao conhecer a família da sujeita
E perceber que sua nova princesa
Não era assim tão perfeita

Moça meiga e delicada
Vivia para os estudos
Pois era desumanamente cobrada
Sob pena de alguns cascudos

Não havia proibição
Não era tolida de nada
Havia sim punição
Se a nota fosse inferior à esperada

O namoro então permitido
Deu o primeiro passo
O rapaz que era um bom partido
Do estudo não tirava o espaço

Já a moça coitada
Do namoro quase esqueceu
Estudando como condenada
Para cumprir com o que prometeu

O rapaz triste ficava
Mas agüentava firme
E mesmo quando tudo abalava
Pedia a Deus: ”-Que nunca termine”

Porque apesar das dificuldades
O amor ali era enorme
Podia driblar adversidades
E ir além de qualquer uniforme

E a situação começou a progredir
Ao se cogitar casamento
E da neurose a moça começou a sair
Pois era preciso aproveitar o momento

E de fato aconteceu
Já que a felicidade dos dois
a família então convenceu
E o que era estudo,pela primeira vez, ficou para depois

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"RECEBE MENOS QUEM MAIS TEM PRA DAR"