domingo, 30 de novembro de 2008
Eterna saudade
Hoje pensei tanto na minha madrinha. Senti falta do abraço, de cantarolar em seu carro, do cheiro, das bobeiras ditas e ridas, do colo, da voz. Para esta última falta, ver vídeos me ajuda um pouco.
Nesta época do ano, sinto falta de uma coisa que pode parecer banal, mas que era motivo de diversão, como tudo, aliás e que eu ficava esperando o ano todo só para ir fazer COM ELA: Ir ao mercado comprar a ceia de Natal. E o mais legal é que nunca era combinado, sempre foi um "acidente" engraçado. Quando dávamos conta, estávamos dentro do Extra, nos dividindo: "-Vou pegar leite. Onde é a manteiga mesmo?Tá, pega o arroz e me encontra aqui." E ano passado ela me ensinou a fazer uma coisa super legal, que nunca tinha passado pela minha cabeça, mas ficou de herança: comprar um peru e um panetone para as pessoas que trabalham para mim e cuidam da minha avó, assim como ela fazia com as que cuidam da mãe dela, a fantástica Dona Dirce, sempre impecável, não importasse a hora em que eu aparecesse lá (unha feita, cabelo pintado, batom!). É uma atitude bacana, que não pesa tanto no bolso. E pode realmente tornar a noite dessas pessoas, muito mais feliz.
Sei que ela está comigo o tempo todo, sei perfeitamente. Mas queria ter tido um tempo para ela maior, em vida, só para me dedicar a ela e dizer o quanto a amarei pra sempre.Lembro sempre de uma citação da Elis Regina, num especial que tenho em DVD, em que ela fala da efemeridade do tempo, em algo mais ou menos "E aí você percebe que não há mais nada para ser feito, é tarde paca". Algo assim. Se as pessoas tivessem essa lucidez, de que a vida pode mudar de uma hora para outra, que a segurança que temos debaixo dos nossos olhos pode-se esvair sem que consigamos sequer acompanhar esse abandono, ah se as pessoas soubessem disso!Perdiam menos tempo com bobagens, com convicções vãs, com injustiças impensadas, com cabos-de-guerra que não levam ninguém a lugar nenhum. Somos nós versus o tempo curto, que também pode ser implacável. Mas certamente, se não bem aproveitado, é perdido.
Esse ano, muitos acontecimentos me engoliram e me fizeram omissa, em alguns momentos, da minha função "afilhada". E só Deus sabe como dói essa sensação, ainda que a tia Cleyde não concordasse e dissesse que isso era coisa da minha cabeça, quando a gente percebe isso num momento em que não dá para fazer mais nada que mude a realidade, neste plano.
Mas, enfim, ela sabe de tudo. Do tamanho do meu amor, da minha gratidão, da minha necessidade suprema dela em todos os momentos. Era uma mãe que eu queria muito,muito que estivesse comigo, fisicamente, neste momento tão complicado. Mas vez por outra, me sinto invadida de uma força que só pode vir dela.
E repito, chega essa época do ano, fica tão difícil. Pela primeira vez, nos últimos anos, irei ao mercado sozinha comprar suprimentos para uma data na qual nada tenho para comemorar. Todas as pessoas que eu mais queria comigo, estão longe de alguma forma. Por mais que estejam eternamente do lado de dentro e isso importe mais do que qualquer outra coisa.
sábado, 29 de novembro de 2008
Enchentes de Santa Catarina
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
A cada oportunidade que tenho, vejo que não importa o que eu faça, não importa se eu erro, não importam males nem estado de espírito, NADA abala a insistente tentativa dela, de que eu me aprume na vida e me torne alguém menos suscetível, menos boba, menos sensível, menos vulnerável, mais desencanada e mais próxima dela. Seja espiritual ou fisicamente.
Não importa se eu estou inteira ou despedaçada. Sempre tenho um aconchego ao estar perto dela. E eu sempre soube disso, no fundo. Mas a cada oportunidade, mais forte essa certeza fica. É irmã e amiga, na totalidade dos significados destas palavras.
Obrigada você, Camis!Por tudo, sempre!
Obrigada
Fernanda Young.
"Não fez nada que desmerecesse o amor (...) Mas amor não é questão de merecimento. Só algumas pessoas muito avançadas emocionalmente conseguem compreender que é civilizado amar aqueles que merecem. "
"Não se soma à alma aquilo que não é capaz de entrar dentro dela. E alma só se preenche com silêncio, algum poema, um conselho que, de bom, foi esquecido, beijo de mãe quando se dorme, uma reza sincera ao anjo da guarda, um amor que é eterno e raro de se achar."
"All you need is love, eu tenho tatuado! O amor é fundamental. O amor é o principio, é o êxtase, é a eliminação do ego, é quando você enxerga o outro não como um jogador. É quando você começa a olhar junto pras mesmas coisas, com a mesma delicadeza, e as coisas ficam tão melhores com o amor. O amor é fundamental. O amor é a primeira coisa. É o começo do resto. "
Parei de tomar "aditivos" para atraí-lo, porque o resultado é um descanso cansado.
Resolvi tentar encontrar a paz em algum outro lugar, mas ainda não consigo.
O saldo do ano é muito negativo. Foi um ano muito difícil, sob todas as esferas, apesar de terem havido excelentes momentos nas entresafras.
Foi um ano em que tudo, de alguma forma, degringolou. Saúde, afetos, sensações.
Ainda me recupero de alguns baques e realmente só o tempo pode agir.
Me dói pensar que algumas das pessoas que eu mais amo não estão perto de mim. E digo "não estar perto" num sentido profundamente abrangente. Sejam pessoas que não moram aqui ou sejam pessoas que por alguma razão que não me cabe julgar se justa ou injusta, embora eu tenha a minha opinião a respeito, não estão perto, apesar de poucos metros nos separarem.
E estar perto é também um conceito muito amplo. Pode-se estar do lado e nunca estar. Pode-se ter estado e nunca reconhecerem. Pode-se estar e não se fazer notar...e por aí vai. A probabilidade das combinações é infinita.
Mas fato é que hoje, admito, estou triste. Eu nunca neguei a mão a ninguém. E sempre procurei ser totalmente sincera nas minhas relações. De todas as vezes que contribui com alguma coisa, foi absolutamente de coração. Nunca fiz nada por demagogia, até porque eu nunca precisei disso e tive imensas oportunidades de me utilizar deste subterfúgio e sempre o achei pequeno, ridículo, desprezível. E nunca cobrei nada, ainda que eu estivesse com toda a razão e do alto do meu direito. Nunca devolvi nenhuma ofensa, sob a idéia de não estar aplicando com alguma pessoa, aquilo que julguei errado ter feito comigo. E porque, também, sempre tive um estoque infinito de perdão a ser distribuído. Nada me agredia por mais de 10 minutos. Na verdade não me agride ainda. O suco que fica do problema é , na verdade, uma tristeza maior do que uma simples ofensa.
Mas, reconheçamos, é triste você precisar de ajuda, excepcionalmente mais do que o normal e de repente você vê que quase não tem a quem recorrer. E não é por uma questão de orgulho e pensar que com fulano de tal você não quer nem ter que contar. É por uma questão real de "-Caraca, pra quem eu posso ligar, se grande parte da minha família não mora aqui, minha irmã viajou, alguns amigos me largaram de mão solene e, ao que tudo indica, gratuitamente, outros estão ocupados, minha madrinha morreu...caraca, o que fazer?"
Pois hoje, eu precisei de ajuda. E por alguns momentos, eu não sabia o que fazer nem por onde começar. Passou um filme na minha cabeça e pensei por um segundo que, se eu sempre fui uma pessoa extremamente solícita e prestativa, desprendida e tudo o mais, que de repente, o melhor a fazer era contar comigo mesma. Eu seria uma grande companhia pra mim mesma. Mas eis que subitamente, uma grande amiga me bipa, se dispondo a me levar a um médico que estou precisando visitar. "-Não quer ir hoje?Estou de bobeira. Te acompanho. Você tem que ver isso assim, assado..."
A Beatrice foi um anjo hoje. Eu sabia, lógico, que podia contar com ela. A 1ª vez que nos falamos, disse que eu não iria ao médico porque eu estava com muitas dores e queria ficar deitada.
Por pressão paterna, resolvi procurar ajuda médica. Bipei-a, ela que estava desemcumbida da função "amiga" por hoje, já que não me sentia suficientemente bem para ir até Copacabana (onde fica o consultório ao qual ela pretendia me levar), prontamente atendeu ao meu chamado: "-Vai comigo no Quinta D´or?Não tô mais agüentando!".
E ouvi um "-Mas é lógico. Estou indo pra aí."
E como diz aquela música, é sempre bom a gente se dar conta de que não está sozinho, "por mais que pense estar". Quantos aos outros, Deus se encarrega e cuida para que a distância imposta seja ou se reduza à algo meramente geográfico.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Menina da Lua (Maria Rita)
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Drummond
À sombra do mundo errado, murmuraste um protesto tímido
Mas virão outros"
terça-feira, 25 de novembro de 2008
A casa da minha tia.
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Para acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Vilarejo (Marisa Monte)
I´m home!!!
Com direito à tacos mexicanos e torta de banana assada (porque na atual conjuntura, há que se pegar mais leve)na recepção, deleito-me e deito-me para me livrar do cansaço de 06 claustrofóbicas horas socadas num busão.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Desiderata
Mantém boas relações com todas as pessoas, a qualquer preço, menos o da tua abdicação.
Fala a verdade com clareza; e escuta os outros, mesmos os enfadonhos e os ignorantes, pois eles também tem a sua história.
Se te comparas com os outros, podes tornar-te vaidoso ou amargo; porque encontrarás sempre pessoas de mais ou menos importância do que tu.
Deleita-te com tuas realizações bem como com os teus planos.
Conserva-te interessado com tua própria carreira, por mais humilde que ela seja; é um bem real em meio às fortunas transitórias do tempo.
Sê cauteloso em teus negócios; porque o mundo está cheio de trapaças.
Mas não permita que isso te faça cego às virtudes; muitas pessoas lutam em prol de altos ideais; e por toda parte a vida está plena de heroísmo.
Sê tu mesmo.
Especialmente, não finjas afeições.
Nem sejas cínico no amor; porque apesar de toda aridez e desencanto, ele é perene como a relva.
Aceita com indulgência o conselho da idade, renunciando com graça as coisas da mocidade.
Alimenta a fortidão do espírito para que ela te sirva de escudo contra uma súbita desventura.
Não te angusties porém, ante coisas imaginárias.
Muitos medos nascem da fadiga e da solidão.
A parte uma saudável disciplina, sê bondoso contigo mesmo.
És um filho do universo, não menos que as árvores e as estrelas; tens o direito de estar aqui.
E quer compreendas isso quer não, o universo vai se expandindo como deve.
Vive portanto em paz com Deus, seja qual for a idéia que d’Ele tenhas, e, sejam quais forem teus labores e aspirações na ruidosa confusão da vida, procura ficar em paz com tua alma.
Com todas as suas imposturas, lidas servis e sonhos desfeitos, este ainda é um belo mundo.
Sê cauteloso.
Esforça-te por ser feliz.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Dois meses
"RECEBE MENOS QUEM MAIS TEM PRA DAR"