domingo, 25 de maio de 2008


Por ela é que eu faço bonito

Por ela é que eu faço o palhaço

Por ela é que saio do tom

E me esqueço no tempo e no espaço

Quase levito

Faço sonhos de crepon

E quando ela está nos meus braços

As tristezas parecem banais

O meu coração aos pedaços

Se remenda prum número a mais

Por ela é que o show continua

Eu faço careta e trapaça

É pra ela que faço cartaz

É por ela que espanto de casa

As sombras da rua

Faço a lua

Faço a brisa

Pra Luísa dormir em paz

Adélia Prado

"O que a memória ama, fica eterno.Te amo com a memória, imperecível."

Martha Medeiros

"Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua".

quinta-feira, 22 de maio de 2008




"If you need me call me
no matter where you are
no matter how far (don't worry baby)
just call my name
I'll be there in a hurry
you don't have to worry"

("Se você precisar de mim, me chame.
Não importa onde você esteja,
Não importa o quão distante,
Apenas chame meu nome.
Estarei lá depressa,
Você não precisa se preocupar...")




quarta-feira, 21 de maio de 2008

Nada será como antes (Milton Nascimento)

Eu já estou com o pé na estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol


Nada será como antes, mas as coisas podem e serão ainda melhores.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Os senhores do anel







“Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.”

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A mãe absoluta.


Eu ia apenas postar algumas fotos no dia de hoje, numa espécie de homenagem ao dia das mães, e não escreveria nada.Mas há coisas que pipocam dentro de mim com constância e precisam ser transpostas para o papel.
A experiência de não ter a mãe por perto é muito ímpar.Ninguém que não tenha passado por isso é capaz de alcançar.Acredito que seja muito pior perder um filho, porque não é a ordem natural da vida, mas a desproteção que dá perder a sua maior referência de vida é algo que também não dá pra mensurar.
Várias vezes me peguei pensando como teria sido tudo se nada disso tivesse me acontecido, ou se tivesse me acontecido mais tarde.Não dá pra imaginar como teria sido.Dá para dizer como foi.
A minha mãe, pelo pouco que me lembro e pelo muito que me contam, era profundamente parecida comigo: era generosa, era calma, falavra palavrão, gostava de brincar, gostava de ver as pessoas felizes, era emotiva, sensível, forte e medrosa ao mesmo tempo.
Uma vez, uma pessoa muito importante me disse que quando a gente perdia a mãe, o importante era ter uma família, mesmo que a mãe fosse a gente.Eu sinto isso de uma forma muito peculiar, porque não sou mãe e nem tenho a pretensão de ser neste momento e nem num momento próximo, mas eu sinto o meu instinto de proteção 24 h por dia.Sou preocupada, atenciosa, cuidadora dos que eu amo em tempo integral.Esqueço de mim se for preciso, tiro a roupa do corpo se necessário, mas não quero que ninguém sinta as privações que eu já senti.Privações emocionais, eu digo.Porque, de material eu sempre tive tudo e ainda sim, tudo sempre me faltou.O que prova que ter tudo não é necessariamente ter alguma coisa que valha a pena.Tenho medo disso quando eu for mãe, porque passar a mão na cabeça não ajuda, não educa e eu tenho a sensação de que jamais conseguirei repreender um filho.Mas eu não sou capaz de ver ninguém sofrer perto de mim, não sou capaz de privar alguém de alguma coisa, não sou capaz de ver ninguém chorar sem me sensibilizar.
Quando a mãe falta, você pode ter o mundo ao seu redor e se sentir bem na maior parte do tempo, mas o medo do abandono te persegue.A sensação que se tem é que você pode ficar sozinho a qualquer momento.Não se lida nunca bem com isso, porque a pessoa que mais te amava no mundo, por algum motivo jamais compreendido, precisou te deixar.O que te leva a crer que qualquer outra pessoa, não intencionalmente necessariamente, também pode fazer isso.
Depois de 15 anos, pode parecer até um certo drama dizer isso, pode parecer que eu já devia ter superado, pode parecer que sofrer é opção, mas a morte da nossa mãe deixa buracos intapáveis.
Talvez no dia que eu tiver um filho, eu resolva essa questão.

Fui muito bem criada e como já disse, nada nunca me faltou, mas eu criei uma independência também por necessidade.Sou capaz de, na prática, resolver qualquer problema meu ou de qualquer outro ente querido sozinha.
Mas ao mesmo tempo, essa mesma perda cria uma dependência sem fim.Você espera sempre muito de tudo e de todos.
Tenho grandes referências maternas.É como se eu construísse a mãe que eu não conheci direito, pegando as melhores coisas de cada uma das mulheres que fazem parte da minha vida.E isso dá uma mãe e tanto.
O dia das mães é um dos dias mais complicados para mim.Porque por mais que eu me dedique a ter um momento para a minha mãe, eu não obtenho uma resposta concreta.Então, isso dá uma sensação de vazio muito grande.E neste momento específico, eu estou tendo que lidar com uma perda que é momentânea, é apenas física, mas que me dá uma sensação muito ruim, mais uma vez de abandono.É claro que parece exagero dizer isso, mas cada sensação dessas, cada desatenção, dá uma idéia de que realmente a vida é muito efêmera e de que a gente precisa aproveitar as pessoas que estão perto da gente, ainda que ela estejam muito perto e que a gente sequer tenha tempo de sentir saudades.
E essa noção, essa idéia ainda que errônea, de que o chão se abre diante de nós, é muito difícil e uma hora passa.Mas leva um tempo que pode ser precioso na vida da gente.

domingo, 11 de maio de 2008

As referências maternas mais importantes.

















''Tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e me firo facilmente
Também sou calma e perdôo logo.
Não esqueço nunca, mas há poucas coisas que eu me lembre.''
(Clarisse Lispector)

sábado, 10 de maio de 2008

"Mude
Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira pra passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma do outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de TV, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas,troque de carro, compre novos óculos, escrevas outras poesias.
Jogue fora os velhos relógios,quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um novo emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre,invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas.
Mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!"

sexta-feira, 9 de maio de 2008


Essa coisa fez eu brigar pela primeira vez

com a natureza das coisas:que desperdício, que descuido

que burrice de Deus!

Não de ela perder a vida

mas a vida de perdê-la.

Olho pra ela e seu retrato.

Nesse dia, Deus deu uma saidinha

e o vice era fraco.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

"Tantas você fez
Que ela cansou
Porque você, rapaz
Abusou da regra três
Onde menos vale mais
Da primeira vez
Ela chorou
Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes tinham deixado raízes no seu penar
Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa
De perdoar"

domingo, 4 de maio de 2008

Não venha querer se consolar
Que agora não dá mais pé
Nem nunca mais vai dar
Também, quem mandou se levantar
Se levantou para sair, perde o lugar
E agora cadê, cadê você?
Cadê que eu não vejo mais,cadê?
Pois é, quem te viu e quem te vê!
Quaquaráquaquá, quem riu
Quaquaráquaquá, fui eu
(Ainda sou mais eu)
Você já entrou na de voltar
Agora fica na tua, que é melhor ficar
Porque vai ser barra me aturar
Se sai na chuva, só tem que se molhar
(...)
E agora cadê, cadê teu novo amor?
Cadê que ele nunca funcionou
Cadê que ele nada resolveu!"
"Deixa
Deixa quem quiser falar, meu bem
Deixa o coração falar também porque ele tem razão demais quando se queixa
Então a gente deixa,deixa,deixa
Deixa, ninguém vive mais do que uma vez
Diz que sim para não dizer talvez
(...)
Deixa
Não me deixe ficar triste".

Canto de Ossanha

"O homem que diz "-dou" não dá
Porque quem dá mesmo, não diz
O homem que diz "-vou", não vai
Porque quando quando foi já não quis
O homem que diz "-sou", não é
Porque quem é mesmo é "não sou"
O homem que diz "tô", não tá
Porque ninguém tá quando quer"
"RECEBE MENOS QUEM MAIS TEM PRA DAR"