terça-feira, 30 de março de 2010

Mário Quintana

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!

O contrário do amor - Martha Medeiros.

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.


sábado, 27 de março de 2010

Que APODREÇAM!


Sem mais a dizer. Só que aqui devia haver prisão perpétua.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Massacre a Ana Carolina Oliveira.


Eles já estão mais do que condenados pela sociedade: o advogado do casal Nardoni deu uma entrevista coletiva hoje na Globo News e o som ambiente eram gritos de "assassinos", "covardes" , "monstros", "justiça". Era a voz da sociedade, na voz de cidadãos presentes e com sede de justiça.
A mobilização em torno desse julgamento é imensa. Acho que a comoção é algo imensurável. Não há quem acredite na inocência desses dois - acho que nem o Podval.
Mas a manobra mais covarde da defesa até o momento foi ter colocado a mãe da Isabela isolada e incomunicável, à disposição da justiça, depois de um depoimento de 4 horas e do qual ela saiu aos prantos. Ela, que já é tão massacrada pelo fato, pela perda, pela realidade, pelo inimaginável, não teve sequer o DIREITO de acompanhar o julgamento e ainda foi mentalmente massacrada pela idéia de que poderia haver uma acareação. Mataram a menina e agora querem matar a mãe.
Hoje Ana Carolina passou mal e pelo que eu entendi, foi liberada. Precisava destruir emocionalmente (ainda mais) alguém que já é tão destroçada?
O que eu, dentro do meu limitado conhecimento até aqui, entendo foi que a defesa na verdade quis tirá-la do plenário porque a presença dela intimida, comove, incomoda. Isso poderia ser negativo para os acusados, uma vez que ela poderia tocar o júri com seu semblante e sua dor.
ACORDEM!!!O júri tem é que estar mais do que tocado, com ela ou sem ela ali. As evidências apontam, contradições grotescas existem, os depoimentos deles são repletos de muito "não me recordo" e nenhuma emoção. O Alexandre disse que a cabeça dele não passava pelo buraco da tela. Passou uma criança!!!!!! Confessar era muito mais digno.
O que a defesa conseguiu com essa manobra de tirar a Ana Carolina do plenário foi: revoltar o país e as pessoas de bem, comover muito mais diante do sofrimento dela (o psiquiatra que a atendeu estava preocupado com o estado de saúde dela e disse que ela retroagiu todos os progressos feitos desde a morte de Isabela, hoje ela passou muito mal e roía as unhas até sangrar) e indignar as pessoas. Tiro pela culatra. Emoção zero no semblante dos Nardoni. Definitivamente: "só os dignos ficam indignados".
Pena máxima para eles-é o que todos esperamos e é o que vamos cobrar.
Se eles forem absolvidos, segunda feira tranco a minha faculdade. Eu passarei a desacreditar completamente na Justiça Brasileira. Toda essa história me revolta muito e através da minha inesquecível dinda Cleyde Prado Maia (que, se fosse viva, hoje também estaria chorando o 7º aniversário de morte de sua filha Gabriela), tive oportunidade de conhecer e saber sobre Ana Carolina e principalmente: de ter a certeza de que ela não merece 1% da maldade que estão fazendo com ela.

domingo, 21 de março de 2010

Pois é
Fica o dito e o redito por não dito
E é difícil dizer que foi bonito
É inútil cantar o que perdi
Taí
Nosso mais-que-perfeito está desfeito
E o que me parecia tão direito
Caiu desse jeito sem perdão
Então
Disfarçar minha dor eu não consigo
Dizer: somos sempre bons amigos
É muita mentira para mim
Enfim
Hoje na solidão ainda custo
A entender como o amor foi tão injusto
Pra quem só lhe foi dedicação
Pois é, e então...
"Se fosse por mim, eu ficava
Mas vê como tudo lá fora mudou
O tempo passou feito um louco
Quebrando as vidraças e a gente ficou
(...)
Aqui parecia ser o melhor lugar
Quem disse que a gente precisa perder um ao outro para se encontrar?"

quinta-feira, 18 de março de 2010

Moço, maltratar não é direito
Essa mágoa no meu peito, você sabe de onde vem
Isso é desamor e não tem jeito
Um amor quando desfeito, sempre faz alguém chorar.

O amor só é bom quando é pra dois
Eterno é antes e depois
Agora não vou mais me enganar
Não quero mais sofrer, não dá
Se teu desejo era me ver
Se deu vontade de saber
Se estou feliz, até posso dizer que sim
O teu reinado acabou
Chegou ao fim
Eu não nasci para você, nem você para mim.

Maysa pra começar.E pra terminar.

Ouça, vá viver
Sua vida com outro bem
Hoje eu já cansei
De pra você não ser ninguém

O passado não foi o bastante
Pra lhe convencer
Que o futuro seria bem grande
Só eu e você

Quando a lembrança
Com você for morar
E bem baixinho
De saudade você chorar

Vai lembrar que um dia existiu
Um alguém que só carinho pediu
E você fez questão de não dar
Fez questão de negar

Quando a lembrança
Com você for morar
E bem baixinho
De saudade você chorar

Vai lembrar que um dia existiu
Um alguém que só carinho pediu
E você fez questão de não dar
Fez questão de negar

terça-feira, 16 de março de 2010




Você, minha amiga de fé, minha irmã camarada

Amiga de tantos caminhos, de tantas jornadas

(...)

Aquela que está ao meu lado em qualquer caminhada

Me lembro de todas as lutas, minha boa companheira

Você tantas vezes provou que é uma grande guerreira

O seu coração é uma casa de portas abertas

Amiga, você é a mais certa das horas incertas

Às vezes em certos momentos difíceis da vida

Em que precisamos de alguém para ajudar na saída

A sua palavra de força, de fé e e carinho

Me dá a certeza de que nunca estive sozinha

Você, minha amiga de fé, minha irmã camarada

Sorriso e abraço festivo na minha chegada

Você que me diz a verdade cm frases abertas

Amiga, você é a mais certa das horas incertas

Amor e sexo (Rita Lee)

Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte...

Amor é pensamento
Teorema
Amor é novela
Sexo é cinema..

Sexo é imaginação
Fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia...

O amor nos torna
Patéticos
Sexo é uma selva
De epiléticos...

Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Oh! Oh! Uh!

Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom
Amor é do bem...

Amor sem sexo
É amizade
Sexo sem amor
É vontade...

Amor é um
Sexo é dois
Sexo antes
Amor depois...

Sexo vem dos outros
E vai embora
Amor vem de nós
E demora...

Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Oh! Oh! Oh!

Amor é isso
Sexo é aquilo
E coisa e tal!
E tal e coisa!
Uh! Uh! Uh!
Ai o amor!
Hum! O sexo!

terça-feira, 9 de março de 2010

Rita Lee...

"Será, que a gente ainda será?
A velha estória de amor que sempre acaba bem, meu bem
Meio demodée para hoje em dia
Antigamente, tudo era bem mais chique"

domingo, 7 de março de 2010

"Se, na desordem do armário embutido
Teu paletó enlaça o meu vestido
E teu sapato ainda pisa no meu"

quinta-feira, 4 de março de 2010

Um ano e meio de muitas saudades


A um ausente (Carlos Drummond de Andrade)
Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu,

enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

terça-feira, 2 de março de 2010

FY

"A verdade é que me enchi, De você, de nós, da nossa situação sem pé nem cabeça. Não tem sentido continuarmos dessa maneira. Eu, nessa constante agonia o tempo todo imaginando como você vai estar. E você, numas horas doce, noutras me tratando como lixo. Não sou lixo. Tampouco quero a doçura dos culpados, artificial como aspartame.
Fico pensando como chegamos a esse ponto. Não quero mais descobrir coisas sobre você, por piores ou melhores que possam ser.
Assim, chega. Chega de brigas, de berros, de chutes nos móveis. Chega de climas, de choros, de silêncios abismais. Para quê, me diz? O que, afinal, eu ganho com isso? A companhia de uma pessoa amarga, que já nem quer mais estar ali, ao meu lado, mas em outro lugar?
Sinceramente, abro mão. Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando.
Bom é isso, se agora isso ainda me causa alguma tristeza, tudo bem. Não se expurga um câncer sem matar células inocentes..."
"RECEBE MENOS QUEM MAIS TEM PRA DAR"