sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Há quem me deseje juízo no meu aniversário, até por achar que eu faço coisas equivocadas, loucas, erradas.
É que quero ter consciência e reconhecer o dia em que encontrar a paz.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

"-Esquece o passado!" - me pedem.
Há quem diga que o tempo não cura nada, apenas tira o incurável do centro das atenções.
Diante disso, esquecer o passado significa passar que nem um trator por cima do que nos feriu, aceitar as desculpas não pedidas, sublimar o que foi dito sem ser pensado, tentar curar o incurável.
A melhor alternativa para esquecer o passado ( e a mais legítima também), é perdoar. Mesmo o imperdoável, mesmo sem o perdão ter sido pedido. Porque aí já não é mais uma questão de esquecer o passado e sim de remodelá-lo em prol do nosso próprio benefício emocional. Levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima não é tão fácil quanto parece.Mas não é impossível.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

03 de Setembro.



(Paula Rego)





Em 16 de Outubro de 2008.






Parem a contagem do tempo


A página de hoje não pode virar na folhinha


Não é o momento


Não é a hora


Não há de ser agora


Num lugar seguro, escondam a minha madrinha



E se por acaso Deus não desistir


De fazer com que o amanhã nasça


Por favor, alguém me avise


Que eu irei pessoalmente intervir


Argumentar, espernear, pedir


Para que não aconteça esse deslize


E que pelo menos uma vez na vida


A vontade Dele não se faça



Se ainda sim o dia nascer


Se ninguém conseguir evitar


Se nem o desespero conseguir comover


Que ela possa, sem dor, encontrar

Aquela que nunca a deixou desistir de viver




Alguém quebre todas as tevês


E toque fogo em todos os jornais

No dia que não podia ter sido verdade

Expliquem-nos os por quês


Dela não ter ficado mais


E de terem emudecido de uma vez


Essa nação, esse país, essa cidade





Em cada peito cala fundo


O fim da incansável caminhada


Choro eu e todo mundo


Porque a grande madrinha virou fada.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Constatação

Há quem seja incapaz de dizer,(eu disfarço quase bem) ao me ver fazendo piada sobre tudo: eu me tornei uma pessoa amarga. Talvez injusta em alguns aspectos, mas uma pessoa amarga.
Acho que na verdade eu tô é cansada pra sempre, até sei lá quando, de remar contra a corrente, de nadar e morrer na praia, de dar, dar, dar e nada receber de volta. O pior não é nem não receber nada, é receber justamente a última coisa que você esperava de alguém.
Várias vezes eu confidenciei a alguns amigos, algo que parece devaneio e provavelmente é, mas que às vezes me assalta como um choque de realidade: tenho a sensação de que não tenho mais nada pra fazer neste plano, sinceramente.
Pareço não fazer falta pra praticamente ninguém, salvo raras exceções; meu telefone fica sem tocar dias a fio, a minha companhia é solicitada por algumas poucas e certas pessoas apenas, caso contrário sou apenas útil em determinadas ocasiões e nada mais. Tenho a sensação de que quase ninguém me leva a sério, quase ninguém me enxerga, as pessoas só querem saber de crucificar indistintamente, quase ninguém move um dedo pra me ajudar, e dane-se se estão sendo injustas. Que diferença faz?
Acho que fiquei assim desde a morte da tia Cleyde, que tantas vezes solicitou a minha companhia sinceramente, que me queria perto dela, na praia, no shopping, no raio que nos partisse, mas que estivéssemos juntas e tantas vezes eu não consegui atender como deveria, às vezes só por preguiça de acordar cedo e ir à passeatas...parece até uma espécie de castigo, sem querer ser blasfêmica. Agora eu só queria era tê-la aqui, porque desde que ela se foi, apesar de eu ter encontrado grandes meios de sobreviver, eu me sinto oca. Por isso que eu vivo nessa briga com o mundo. Porque amanhã é muito tarde. Porque esse remorso é o pior sentimento. E no dia em que eu não mais aqui estiver, muitos infelizmente contemplarão essa mesma sensação. E aí, nada mais poderá ser feito. É a impotência suprema. É o fim.

Saudade


"Se algum dia você for embora

Me leva contigo, dindi"

sábado, 17 de janeiro de 2009

For Your Babies (Simple Red)

You know
I'd do most anything you want
Everyday I, I try to give you everything you need
We'll always be there for you
I don't believe in many things
But in you I do

Resposta - (Maysa)

-Identificação.

"Ninguém pode calar dentro em mim
Essa chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar como foi
Ou como ela veio
Mas só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio
Se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim"

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Insônia

Há madrugadas que passam inteiras diante dos meus olhos.
Penso, penso, penso.
A pauta desta noite é o erro.
Os erros que cometi e principalmente um erro específico que, não deveria, mas deu uma desestruturada no meu emocional. Explico (e pergunto!): quem nunca mentiu para proteger alguém?Atire a primeira pedra bem no meio da minha testa, quem nunca fez nada semelhante.
Quando a gente mente para proteger alguém ou tentar salvar uma situação, está sendo prepotente e se fazendo meio Deus ali. Mas a intenção é boa, a gente não se vê prepotente. E muitas vezes nem alcança que era melhor deixar quieto. Por isso que eu acho que na realidade, não devíamos nos culpar tanto. Ora, a intenção foi a melhor. Quem me conhece, deveria saber que eu sou absolutamente verdadeira e que nada tenho a esconder. Nem sobre isso. Nem sobre nada, minha vida é um enorme livro aberto.
E na verdade, é isso que importa. Quem é que pode me condenar? O alvo da minha proteção? Por quê?Porque quis ajudar, ainda que não da melhor maneira (e isso não estava claro pra mim, óbvio, senão não teria feito)??Não. Ninguém pode me condenar. Não é e nem foi confortável mentir, apenas achei que ainda sim, era o melhor a ser feito. Logo, só Deus.
Mas Ele não condena quem traz consigo somente grandes intenções positivas. Pelo contrário: Ele contempla e devolve a benção que levamos (ou tentamos), para nós. Em dobro.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O lado B do medo

Estou com saudade de sentir medo. Mas um medo bom, não algo que me tire o sono, me violente, me faça ter enjôos homéricos, insônia, desmaios, ausências, medo de não saber o que fazer amanhã ou como será o futuro. Não quero um medo que me meta tanto medo a ponto de me fazer chorar, sofrer.
Tô sentindo falta de um medo desafiador, um medo que dá adrenalina e que motiva a seguir adiante.
Acho que pra enfrentar esse medo e superar muitas coisas, estou me lançando numa empreitada quase secreta.Não depende só de mim. Mas na minha cabeça, foi dada a largada. A sorte está lançada e vai ficar lindo!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Pequenas honras ³

"Você foi/é muito amada por sua madrinha. E o bonito é que você perpetua esse amor. Para isso fomos feitos:amar e ser amados (não lembro quem disse isso) (...) Em meio a esse mundo amarronzado,apodrecido,onde impera a impunidade e a falta de caráter,há que se erguer alguma chama de esperança,algum gesto de bondade.A vida da sua madrinha foi um longo gesto de bondade que precisa ser compartilhado e divulgado.Ela não sofreu uma perda tão sem sentido em vão.Isso não vai mudar o mundo,mas se não resgatarmos aquela atitude utópica romântica tão anos 60,só os ratos se manifestarão,como temos visto.Que não se mude o mundo,mas uma alma,ao menos,seja tocada,já valeu."
Luzia Porto, minha professora de Língua Portuguesa na faculdade de Letras, num comentário também no Orkut.

Oração do Horizonte (Tico Santa Cruz)

Nós vivemos a verdade
Que reluz do coração
Somos força e coragem
Enfrentando a escuridão
E onde o amor for infinito
Que eu encontre o meu lugar
E que o silêncio da saudade
Não me impeça de cantar
Talvez você me encontre por aí
Quem sabe a gente possa descobrir no amor
Sonhos iguais
Noites de luz
Que os dias de paz
Estão em nós
Que o desprezo que nos cerca
Fortaleça essa canção
E que o nosso egoísmo
Se transforme em união
E onde o amor for infinito,
Que eu encontre o meu lugar
E que o estorvo da maldade
Não me impeça de voar
Talvez você me encontre por aí
Quem sabe a gente possa descobrir no amor
Sonhos iguais
Noites de luz
Que os dias de paz
Estão em nós
A bondade é fortaleza
O amor tudo é capaz
Que a cegueira da certeza
Não sufoque os ideais do amor
Do amor

Maysa - Quando fala o coração.




Como já era de se esperar, a minissérie é encantadora. É uma pena que seja tão curta, apenas 09 capítulos.


Bom, o capítulo de hoje foi super bonito e para a minha surpresa, terminou com uma música que tem uma relação mais próxima com a minha família do que eu poderia imaginar: Hino ao Amor, versão feita pelo meu "vô" Odayr, pai da minha tia-mãe Vera, para a música Himne a l´a mour, de Edith Piaf.

Eu dei de cara com o nome dele no índice remissivo da biografia da Maysa e depois liguei o nome da canção à própria e confesso que fiquei orgulhosa de ter na minha cesta de afetos, pessoas tão talentosas, que foram tão longe e com tanto prestígio.

Eu sabia que ele tinha sido ator, compositor, que ele fazia versões para músicas estrangeiras, tinha feito rádio-novelas, enfim, que ele foi um grande artista da época dele, mas de qualquer forma, foi uma agradável surpresa o desfecho do capítulo de hoje!

Parabéns, "vô"!
A letra: "Hino ao Amor" - (Hymne a L'amour, com letra de Marguerite Monnot e música de Edith Piaf) Versão de Odayr Marsano

"Se o azul do céu escurecer,
E a alegria na Terra fenecer,
Não importa, querido,
Viverei do nosso amor!
Se tu és o Sol dos dias meus,
Se os meus beijos, sempre foram teus,
Não importa querido,
O amargor das dores desta vida!
Um punhado de estrelas,
No infinito irei buscar,
E a teus pés esparramar...
Não importam os amigos,
Risos, crenças e castigos,
Quero apenas te adorar!
Se o destino, então nos separar,
Se distante a morte te encontrar,
Não importa, querido,
Porque eu morrerei também...
Quando enfim, a vida terminar,
E dos sonhos, nada mais restar,
Num milagre supremo,
Deus fará no céu te encontrar!"

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Urgência - Li Stoducto

Escrevo cartas que não mando,
mensagens que não envio
ai, meu Deus, mas que fastio
dessa falsa apatia
tropeçar nas mesmas pedras
trilhar os mesmos desvios
com tanta vida pulsante
me negar e procurar
o tédio das calmarias...
Logo eu que desvario
lato, uivo e enlouqueço
nas noites de lua cheia
eu, que sempre me arrepio
muito mais do que me aquieto
preciso arrancar as teias
daquela antiga guerreira
que habita dentro de mim.

Pequenas honras ²

Revirando e-mails antigos, achei esta mensagem.Enviada exatamente um ano antes de sua morte.

"Essa mensagem é para responder sua mensagem no meu celular ok?Estava tentando encontrar algo a altura! Também te amo!
Não suma nunca da minha vida!Bjs da titia, mãe adotiva, madrinha e etc...
Cleyde

" PESSOAS ESPECIAIS "

As pessoas especiais são aquelas que têm a habilidade de dividir suas vidas com os outros... Elas são honestas na palavra e nas atitudes, são sinceras e compassivas e sempre dão por certo que o amor é parte de tudo.
As pessoas especiais são aquelas que tem habilidades para doar aos outros e de ajudá-los com as mudanças que surgem em seus caminhos. Elas não têm medo de ser vulneráveis, elas acreditam que são únicas e têm orgulho em ser sinceras e reais.
As pessoas especiais são aquelas que se permitem os prazeres de estar próximo aos outros e se importam com a felicidade deles. Elas vieram para entender que o amor é o que faz a diferença na vida.
As pessoas especiais são aquelas que realmente tornam a vida mais bela.
As pessoas especiais são assim.....
COMO VOCÊ!!!"


Obrigada, dinda!Aprendi com você a ser assim e seguir sendo, aproveitando a boa herança de valores que me deixou. Você me ensinou que ser sensível e amoroso é algo necessário e que poucas pessoas sabem disso. E que isso não é breguice, nem está fora de moda.

Para Francisco - livro de Cristiana Guerra.

"Convivo com uma presença que não me deixa esquecer a falta.E ainda assim me sinto uma menina(...)
Durante a minha vida, este parece ter sido o grande desafio: aprender a lidar com o tempo, entender que não sou dona dele.Algumas coisas aconteceram tão tarde, outras tão cedo. Ou muito de tudo ao mesmo tempo."

"Pela 1ª vez, eu estava distraída. Naqueles último meses, me despedia sem a sensação de que aquela poderia ser a última vez. Talvez por isso eu não tenha dito o quanto a amava. Está certo, ela sabia. Mas queria ter dito mais uma vez."

"Ontem tomei vinho com grandes amigas e chorei que nem você, filho. Mas não era fome, nem sono, nem manha, nem birra. A morte deixa uma dor que não tem cura." .

"Não pensei que pudesse ficar ainda mais órfã.Mas, quando a gente perde alguém, não falta um pedaço. Esse alguém passa a fazer parte da gente. Pensando bem, filho, hoje sou muitas pessoas." .

"No auge da dor, cheguei a escrever: "A morte me persegue covardemente, sem coragem de me matar" (...) .
Entendi que as pessoas morrem, filho. À medida que o tempo passa, isso é cada vez mais cedo.As pessoas morrem e é preciso fazer algo grande. Algo que, de tão delicado, cresça. É preciso fazer valer (...).
Não tenha medo da morte, filho. Ela é simples. Você olha para um corpo inerte que era de alguém que você amava muito. E então compreende. Não é mais quem você amava. Não é mais porque não está mais. Parece assustador e ainda por muito tempo você não se acostuma.".

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

"Ah, tem dó
Mesmo porque
Você não vai ter
Coisa melhor"

sábado, 10 de janeiro de 2009

Alguém, não lembro quem, me disse que em 2008 só apanhou e que em 2009 vai bater.
Olha, isso até se aplicaria a mim. Zuenir Ventura escreveu "1968 - O que fizeram de nós?"; eu podia lançar tranquilamente "2008 - O que fizeram comigo.", se eu não fosse tão banana, sabe?Não consigo realizar na minha cabeça a maldade para com outro ser humano, ainda que a porrada seja merecida e justa.
Pelo contrário, quando eu acho que estou pronta pra surrar, sempre alguma coisa acontece, sempre alguma coisa me amolece e o que era pra ser pancada, vira afago.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Pequenas honras.

"(...)Fiquei realmente emocionada, até porque olhar para você é como ver a sua dinda, a nossa mãe e amiga."
Gabriela Souza, militante do extinto Movimento Gabriela Sou da Paz e querida amiga, em depoimento para mim no Orkut.


Emocionada fiquei eu. Não sei se mereço tanto, mas ouvir esse tipo de coisa me faz crer que a minha insegurança sobre mim mesma é absoluta bobagem. Eu tenho que me dar mais valor, porque tenho muito mais do que me dou.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Ausência




"Por muito tempo achei que a ausência é falta.


E lastimava, ignorante, a falta.


Hoje não a lastimo.


Não há falta na ausência.


A ausência é um estar em mim.


E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,


que rio e danço e invento exclamações alegres,


porque a ausência,


essa ausência assimilada,


ninguém a rouba mais de mim"




Drummond

Alta noite já se ia...

E mais uma vez, você me assalta.
Hoje faz 16 anos que eu perdi minha mãe e estou a anos luz do que eu poderia considerar superação para este fato.
E amanhã, dia 4, faz 4 meses que você nos deixou aqui nessa terra de ninguém. Esse mês tá brabo o negócio, porque acaba um dia ruim e nasce outro, cheio de lembranças ora boas, ora doloridas.

"Por que Deus permite que as mães vão-se embora?" - perguntava Drummond e ele com certeza morreu sem saber. Morreremos todos. Mesmo os mais evoluídos de espírito. Porque ao olhos meramente humanos, isso é uma sacanagem, com todo o perdão da palavra.

Eu tive o privilégio de ter várias grandes mulheres ao longo da minha criação. A maioria está viva, cheia de graça, gozando saúde. Mas a mais importante se foi antes que eu até me alfabetizasse, o que foi muito cruel, já que escrever é maneira que eu acho mais adequada de colocar meus sentimentos para fora. Vacilo eu não saber fazer isso naquela época e ficar com a coisa entalada em mim até poder, finalmente, tornar legíveis as minhas revoltas, meus questionamentos e tudo aquilo que eu entendia que era necessário por algum motivo, mas que eu na realidade, achava uma sacanagem muito grande contra uma criança que não sabia se defender.
E agora, dessa vez, com 21 anos nas costas, cursando uma faculdade de Letras e após chutar esta, recomeçar do zero no Direito, me reservei o direito de ficar sem palavras.
Há 4 meses perdi uma mulher que vinha sendo fundamental no meu crescimento. E eu diria que nós nunca convivemos tanto como do dia 4 de Setembro para cá. Todos os dias ela me assalta os pensamentos, vem em alguma lembrança boa("-Tia, eu tô trabalhando hoje./-E aí, já ficou rica?/-Hahahahaha, ainda não!/-Gostei do AINDA!"), dou risada de alguma coisa curiosa ou lembrando as altas risadas que dávamos juntas ("-Minha filha, você precisa controlar a sua gargalhada. Homem corre de mulher que ri muito alto!"), me surpreendo com a proteção que ela dedicava à mim ("-Pra quê você vai comer sobremesa?Tem necessidade?São onze da noite!"), com os comentários hilários dela ("-Olha como fica ridículo quando a mulher é mais alta que o homem!" ou o inesquecível "-Aquele ali...é viado?"), com o entusiasmo dela para determinados assuntos meus ("-Me contaaaaaaa!"), com a precaução dela ("-Vou ligar pro meu amigo da Barra e ver se lá tem sol, peraí!"),com os conselhos ("-Faz o favor de comprar uma roupa para alguém da sua idade!") - os dela eram os melhores dentre todos os que recebo dos maiores de 50 anos, praticamente. E era para ela que quase sempre eu corria, quando a coisa apertava ("-Dindaaaaaaa!!" e em geral eu ouvia um "-Tenha calma, em primeiro lugar.")
Era era parceira, (fada)madrinha, tia, mãe e principalmente amiga. Dava umas broncas que, sai de baixo, mas faziam pensar ("-Eu tô te dizendo isso para que você pense, antes que aconteça de novo!" ou ainda "-Como é que você foge para Brasília e não fala pra sua dinda?"). Ela nunca me deixava com raiva. E eu tinha toda a liberdade com ela para ser sincera, genuína("-Tia, eu te trouxe um chocolate da viagem, mas eu comi. Só sobrou o whisky!")
Acho que a identificação era tanta, porque talvez ela contivesse em toda a sua essência, coisas que haviam na minha própria mãe -de verdade ou imaginadas na minha cabeça.

Fato é que quando ela se foi, eu morri um pouquinho também.
E acho que ela volta, que vai ligar, que amanhã vamos à praia.

Mãe


*06/03/1949 +03/01/1993



Saudades de minha mãe.

Sua morte faz dezesseis anos e um fato

Essa coisa fez eu brigar pela primeira vez

com a natureza das coisas:que desperdício, que descuido

que burrice de Deus!

Não de ela perder a vida

mas a vida de perdê-la.

Olho pra ela e seu retrato.

Nesse dia, Deus deu uma saidinha

e o vice era fraco.


(Elisa Lucinda, com modificações)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

"Ternura é aquele afeto brando, que, no amor, nos leva a dar mais do que receber."
"Rir é correr o risco de parecer tolo... Chorar é correr o risco de parecer sentimental... Estender a mão é correr o risco de se envolver... Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu... Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas... Amar é correr o risco de não ser correspondido... Viver é correr o risco de morrer... Confiar é correr o risco de se decepcionar... Tentar é correr o risco de fracassar. Mas devemos correr os riscos, porque o maior perigo é não arriscar nada. Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada. Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem . Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade. Somente a pessoa que corre riscos é livre!"

Maysa - Quando fala o coração




Estou ansiosa pela estréia da minissérie "Maysa- Quando fala o coração".
Não sou exatamente fã da cantora, mas música me interessa de uma forma geral e a forma intensa como vivia Maysa, de acordo com a própria minissérie e com documentos da época, também muito me interessa.
O que me deixou impressionada foi a semelhança, comovente, entre a atriz que interpreta a cantora - Larissa Maciel - e a cantora propriamente dita.
E acho que uma característica minha se adequa ao perfil da minissérie: sou especialmente fascinada por histórias reais!
"RECEBE MENOS QUEM MAIS TEM PRA DAR"