quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Sobre a virgindade (ou a falta dela)

"Depois que abre a porteira, a boiada passa"
José Luiz Macedo - meu amigo, estudante de Comunicação da PUC e gay.

Cada um com seu cada um, mas é poético, no mínimo.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Por aquilo que cativas

Hoje, uma querida amiga me marcou numa foto no Orkut.
Não era uma simples foto. Era uma montagem desenhada, designando os tipos de amigos que ela tem.

Eu fui marcada como "protetora". É. Amiga do tipo protetora.
Fiquei feliz com o reconhecimento. Nem todo mundo reconhece, nem muito menos agradece, por ter sido protegido. E pior: há quem condene os protetores. O mundo está (quase) perdido.

The Gilmore Girls




Estou assistindo à 4ª temporada do meu seriado preferido.


E uma fala da Lorelai, personagem no qual eu me espelho por "n" motivos, me fez lembrar a magia de se ter um bebê na nossa cesta de afetos. E pra mim, que tenho uma relação tão estreita com a minha afilhada - relação esta que eu espero que nunca se perca - essa fala diz exatamente o que eu senti e sinto sempre. Ser dinda é uma das experiências mais legais que eu já tive na vida, até hoje.




"Ela era linda, toda rosadinha. Tinha até cheiro de cor de rosa. Soa estranho. Não posso descrever o cheiro daquele bebezinho pequenino e rosado. A primeira vez que os olhos dela encontraram os meus e ela estendeu os dedinhos para mim, me tornei uma nova pessoa. Ela me conquistou."



(a foto da postagem é de Junho do ano passado.)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

"Pois as fêmeas sempre arcaram com a pior parte da espécie humana sobre a Terra. Parir, perdoar e varrer a casa".

“Ninguém sabe até onde vai sua resistência. Dizem que Deus dá o cobertor conforme o frio, mas ninguém sabe o quanto pode agüentar desse frio. Se morrer de frio está por um triz ou se ainda faltam uns dias, ou horas, ou anos; a verdade é que ninguém sabe porra nenhuma sobre coisa alguma. Este é o nosso mistério. E sorte”.

Fernanda Young

"Uma vida inventada" - Maitê Proença

Dois trechos - nos quais eu me identifiquei - do livro que estou lendo.

"Apaixonei-me muitas vezes. Só sei viver um amor se antes passar pela cegueira da paixão. Não entregaria minha vida a outro de caso pensado, sou defendida e controladora demais. É da natureza dos abandonados. Qualquer menino de rua é metido a mandão, com a diferença de que este tem o seu discernimento endurecido pela cola de sapateiro, enquanto eu mantenho sempre os sentidos atentos para não permitir que ninguém venha assaltar minhas fragilidades. Ou seja, pelo intelecto a coisa não vai. Só mesmo a paixão, que é do reino da loucura, me põe entregue e besta, com as patas arriadas no chão. E eis a contradição outra vez: nada me descansa mais do que um amor insensato."

"Neste mundo não há saída: há os que assistem, entediados, ao tempo passar da janela, e há os afoitos, que agarram a vida pelos colarinhos. Carimbada de hematomas, reconheço, sou do segundo time."

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Fernanda Young ho,ho,ho.

"Se cada um cuidasse do próprio cu, o cu de todo mundo era bonitinho."
Fernanda Young

Impressionante a capacidade que as pessoas têm de se meterem na vida alheia sem terem sido solicitadas.É proporcional à incapacidade de se colocarem no lugar ou na pele das outras.
Mas azar, porque quanto mais falam, mais me fecho e mais me distancio. E definitivamente, quem me perde de vista, perde bem mais que eu.
"Sabe lá? O que é não ter e ter que ter para dar?"
Djavan

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Dindinha (Elisa Lucinda)


“Enquanto essa pomba voar, sem rumo, num vazio gigantesco deixado pela ausência de minha querida irmã Cleyde, assim estarei eu...” (Celyse Prado Maia)
Faço minhas as palavras da Tia Celyse.


Hoje é Natal e não recebi aquele telefonema certo e pontual, não saímos juntas às compras nem aproveitamos na praia o dia de sol que fez. Viver sem você é um exercício diário de paciência, para que a revolta não tome conta de mim. Viver sem o seu colo, seu afeto, seu amor, seu sorriso, suas broncas, seu carinho, seu senso de justiça e de defesa, beira o insuportável. Você me deixou num momento muito difícil e logo a seguir, precisei de você como nunca, me senti órfã como nunca, porque aos 21 anos, eu sabia exatamente o que significava a sua morte.

A ÚNICA coisa que me conforta é saber que está bem e VIVA, embora não possamos te ver.


"Por causa dela me criei transparente,

corri risco, briguei com grandes e defendi inocentes

Agitei bastante , por ela,

as porções de ingredientes do conhecimento antes de usar.

Por ela e em sua confiança, me lancei na estrada nebulosa

e definida do sonho;estrada que só a esperança constrói

com inquebráveis invisíveis estruturas

E fui de costas, de quatro, de peito e de frente para o tal sonho(...)

Agarrada firme à sua mão(...)

Com ela desfrutei de bonanças,compreendi e aceitei temporais

Com ela dei música à minha voz,fôlego aos meus princípios,início aos meus finais.

Mas foi exatamente ela que me ensinou a seguir,enrolada como meus cabelos,resoluta como o vento,

límpida como a estrada em que eu via e vejo,clara como as palavras que digo e escrevo,

frágil e forte como meus desejos.

Pois, de joelhos estou por ela,voando estou com ela,grata que sou a ela.(...)"

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Cada ser-humano é um estranho ímpar.

Hoje eu estava conversando com uma amiga super querida e fiz algum comentário do tipo “-Ah, que pena que a gente não está mais sempre perto!”, porque se trata de alguém que convivia comigo com uma maior constância e de quem, cacete, eu sinto falta! E ela me solta uma de que não é legal as pessoas estarem juntas quando não precisam estar. Eu tenho certeza absoluta que ela não disse isso para magoar, mas achei o comentário de uma frieza absurda.
Então quando as pessoas precisam estar juntas? Num encontro completamente inevitável, talvez até não tão desejado e ansiado?As pessoas não podem estar juntas pelo simples prazer de estar?De sentar e jogar conversa fora? Várias vezes eu não precisei estar com a tia Cleyde e não estive. E não há, no momento, coisa da qual eu mais me arrependa.Simplesmente porque não dá pra mudar o que houve. O que me conforta é saber que estive sem precisar em outras ocasiões também, pelo mero desejo de estar. As pessoas não contam com as surpresas da vida, se dedicam muito pouco às outras e depois querem morrer de culpa.
Eu sou uma pessoa que, até por histórico de vida, tem uma tendência ao apego. Além da necessidade de dar às pessoas coisas que eu não tive, ainda que elas não precisem disso e as tenham de sobra.
É algo que precisa ser corrigido e eu sinceramente acho que está sendo. Tem a ver com independência emocional, saca? Que é uma coisa que eu não tenho por completo. Nem isso nem inteligência emocional. E a falta desses elementos faz do ser humano uma verdadeira bomba relógio. As coisas começam a desandar, a saúde degringola, é um auê. No meu caso, isso até nem deveria ser tão gritante, porque apesar de me apegar, eu também tenho uma capacidade enorme de me virar sozinha. Uma psicóloga de renome me disse isso: que eu tenho uma independência imensa no desenrolar das ações práticas, a ponto de auxiliar parentes e amigos, ir lá e fazer e quando a pessoa se dá conta e vem pra mim com o fubá, eu já estou voltando com bolo pronto com calda e tudo. O meu pai comentou na semana passada que me achava muito obstinada em certas situações, porque pedi a ele a dica de um livro sobre um tema que tem me interessado e quando falamos de novo, alguns dias depois, eu já tinha comprado e lido o livro. Acho que essa obstinação se faz presente verdadeiramente na minha vontade de ajudar os outros. Mas emocionalmente falando, eu não tenho esse expediente. E o que eu administro menos ainda é as pessoas não compreenderem isso e acharem que eu tenho que ser um poço de alegria, felicidade, independência, auto-suficiência, saúde, desapego. Gente, eu vivi 20 anos contando com a idéia de contar com as pessoas. De repente, quando me vi particularmente sozinha neste ano, foi um baque sem tamanho, do qual eu ainda não me recuperei. Tem gente que lida bem com isso, tem gente que não. Não dá pra medir. Eu não estava acostumada em ficar tanto tempo só, horas calada, com o telefone sem tocar por dias a não ser que alguém esteja precisando daquela independência prática ou de qualquer outra coisa que não seja saber se está tudo bem, como eu estou, se preciso de algo, essas coisas. Quando alguém liga única e exclusivamente para saber se está tudo bem comigo, eu fico até surpresa. É horrível dizer isso, mas em geral, eu não estou esperando. A nítida sensação que eu tenho é que, desde que fiquei doente e explanei isso, me tornei uma inválida que não serve pra quase nada e deve ficar no cantinho sem incomodar ninguém, a não ser que seja para executar alguma tarefa perdida e existente na minha lista de capacidades. E isso não é vitimização, drama, nem nada do tipo, embora eu tenha sido ou seja ainda excessivamente sensível. Dramática é uma palavra muito forte, porque nada em mim dói de brincadeira. Se eu tô dizendo que feriu, é provável até que eu esteja minimizando o quanto para não culpar o "culpado". Infelizmente é a minha atual realidade. Não acho que eu seja o último ser-humano da face da Terra, muita gente passa por isso, mas como disse Elis Regina naquele mesmo trecho que já citei mais de uma vez - "-As pessoas estão ressabiadas de dizer que GOSTAM das outras"-
E o mais cruel não é nem a capacidade das pessoas fazerem isso com as outras, mas a incapacidade de se colocarem no lugar daqueles que são criticados. Todo mundo me diz o que fazer e como agir, mas ninguém tenta se colocar no meu lugar por um segundo e tentar entender os motivos das minhas ações, a minha vida, o que me ocorre, os meus problemas (nem os reflexos das ações alheias, diga-se de passagem), e tantas outras coisas que são indiscriminadamente desprovidas de qualquer tipo de maldade, de qualquer tipo de intencionamento ou qualquer coisa que seja propositadamente negativa mesmo com quem talvez merecesse um justo sacode. E a ausência dessa maldade não faz de mim uma pessoa boa nem melhor que qualquer outra. Só faz de mim alguém que ainda pensa carinhosa e cautelosamente em qualquer pessoa que eu seja capaz de amar e perdoar, apesar de tudo.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A Casa da (minha) Madrinha

Hoje, pela primeira vez depois de três meses, fui à casa da tia Cleyde levar três presentes para as crianças que adotei na campanha do Borel. Vi o inconfundível carro dela, com o rosto da Gabriela no vidro traseiro e um quarto vazio. Cheio dela, mas sem o ventilador no caminho, sem o fio do carregador de telefone, no qual eu sempre tropeçava; sem o cinzeiro, sem o cheiro de 212, sem o computador ligado a todo vapor, sem a tv e o gravador de dvd ligados, sem um telefone tocando incessantemente. Mas a luz estava acesa, porque dentro daquele quarto, de onde ela saiu na manhã do dia 04 de Setembro para pedir socorro e infelizmente não mais voltou pra ele, dentro daquele quarto há uma luz que não se apagará jamais.

Levei umas margaridinhas para a D. Dirce e dei beijinhos nela. Mas me partiu o coração ouví-la dizer "-Eu olho pra cama da Cleyde e não me conformo." Nem a gente, D. Dirce, tenha certeza.
Mas prometi a ela que um dia todos nos encontraremos numa grande farra no céu. Amém!

Trecho do "Evangelho Segundo o Espiritismo" - Allan Kardec

Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo; perdoar aos amigos é dar prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar que se melhora. Perdoai, pois, meus amigos, para que Deus vos perdoe. Porque, se fordes duros, exigentes, inflexíveis, se guardardes até mesmo uma ligeira ofensa, como quereis que Deus esqueça que todos os dias tendes grande necessidade de indulgência? Oh, infeliz daquele que diz: Eu jamais perdoarei, porque pronuncia a sua própria condenação! Quem sabe se, mergulhando em vós mesmos, não descobrireis que fostes o agressor? Quem sabe se, nessa luta que começa por um simples aborrecimento e acaba pela desavença, não fostes vós a dar o primeiro golpe? Se não vos escapou uma palavra ferina? Se usaste de toda a moderação necessária? Sem dúvida o vosso adversário está errado ao se mostrar tão suscetível, mas essa é ainda uma razão para serdes indulgentes, e para não merecer ele a vossa reprovação. Admitamos que fosseis realmente o ofendido, em certa circunstância. Quem sabe se não envenenastes o caso com represálias, fazendo degenerar numa disputa grave aquilo que facilmente poderia cair no esquecimento? Se dependeu de vós impedir as conseqüências, e não o fizestes, sois realmente culpado. Admitamos ainda que nada tendes a reprovar na vossa conduta, e, nesse caso, maior o vosso mérito, se vos mostrardes clemente.
Mas há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitos dizem do adversário: “Eu o perdôo”, enquanto que, interiormente, experimentam um secreto prazer pelo mal que lhe acontece, dizendo-se a si mesmo que foi bem merecido. Quantos dizem: “Perdôo”, e acrescentam: “mas jamais me reconciliarei; não quero vê-lo pelo resto da vida”! É esse o perdão segundo o Evangelho? Não. O verdadeiro perdão, o perdão cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado. É o único que vos será levado em conta, pois Deus não se contenta com as aparências: sonda o fundo dos corações e os mais secretos pensamentos, e não se satisfaz com palavras e simples fingimentos. O esquecimento completo e absoluto das ofensas é próprio das grandes almas; o rancor é sempre um sinal de baixeza e de inferioridade. Não esqueçais que o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, muito mais que pelas palavras.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

"Every time I see you falling
I get down on my knees and pray"


"Toda vez que te vejo caindo
Me ajoelho e faço uma oração"

New Order

domingo, 7 de dezembro de 2008

"RECEBE MENOS QUEM MAIS TEM PRA DAR"